Maduro 'confirma' contatos com Washington para avaliar propostas de Trump
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou hoje contatos entre seu governo e altos funcionários de Washington para avaliar as propostas feitas por seu homólogo americano, Donald Trump.
"Confirmo que há meses ocorrem contatos de altos funcionários do governo dos Estados Unidos, de Donald Trump, com o governo bolivariano que presido, sob minha expressa autorização, direta. Vários contatos, vários caminhos, para buscar solucionar este conflito", disse Maduro em rede nacional de rádio e TV.
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"Não é novidade, há meses mantemos contatos. Assim como tenho buscado o diálogo na Venezuela, tenho procurado uma forma de o presidente Donald Trump escutar a Venezuela de verdade", declarou Maduro, denunciando que colaboradores do presidente americano "escondem a verdade e lhe vendem uma Venezuela de mentira".
Trump revelou hoje que seu governo mantém diálogos "de muito alto nível" com autoridades da Venezuela, embora Washington não reconheça a legitimidade de Maduro.
"Estamos em contato, estamos falando com vários representantes na Venezuela", disse Trump à imprensa, ao ser consultado sobre relatos de uma aproximação entre a Casa Branca e Diosdado Cabello, considerado o líder mais poderoso depois de Maduro.
"Estamos ajudando a Venezuela tanto quanto podemos. Nos mantemos à margem, mas estamos ajudando. Precisa de muita ajuda. Há 15 anos, era um dos países mais ricos, agora é um dos países mais pobres".
"Não quero dizer quem, mas estamos falando de alguém de muito alto nível", acrescentou o presidente.
A agência americana Associated Press disse ontem, citando uma autoridade sênior dos EUA que não identificou, que Cabello se reuniu no mês passado em Caracas com uma pessoa em contato próximo com a administração Trump e que uma segunda reunião está sendo organizada.
De acordo com a reportagem, as comunicações secretas com Cabello, chefe da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, e outras autoridades venezuelanas buscam aumentar a pressão sobre o governo de Maduro.
Em uma coletiva de imprensa na segunda-feira, Cabello negou as informações, consideradas "uma mentira" e "uma enorme manipulação".