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Conheça as mil e uma faces de Regina Casé

25/02/2019 08h00

A atriz, apresentadora, autora e agitadora cultural Regina Maria Barreto Casé nasceu no dia 25 de fevereiro em 1954, dias antes do período oficial dos festejos de Carnaval. Pisciana e filha de artistas, Regina veio ao mundo com todas as credenciais para a sensibilidade e arte popular. Conheça um pouco da trajetória dessa importante figura da cultura brasileira que está completando 65 anos.

  • Imagem: Reprodução/YouTube
    Imagem: Reprodução/YouTube

    Nasceu na véspera de Carnaval

    Na última quinta-feira de fevereiro de 1954, a filha de Geraldo Casé e Heleida Barreto Casé nascia em Botafogo, no Rio de Janeiro. A data, dias antes da maior festa popular brasileira, ajudou a quase filha do Carnaval a se identificar com a cultura de massas nacional, caminho que perseguiria por toda a vida

  • Imagem: Reprodução/Pictureka.pw
    Imagem: Reprodução/Pictureka.pw

    Filha de peixe

    A afinidade dos Casé com a produção artística data de, pelo menos, 1932, quando seu avô, Ademar Casé, inaugurou o primeiro programa comercial de rádio do país. O avô de Regina inovou a estética e a gestão do rádio no Brasil. Além disso, ela é filha do importante escritor, compositor e diretor Geraldo Casé, um dos pioneiros da televisão brasileira e pai das lendárias adaptações do "Sitio do Pica Pau Amarelo" para as telas

  • Imagem: Reprodução/Viola Spolin
    Imagem: Reprodução/Viola Spolin

    Teatro que não é teatro

    Apesar do ambiente artístico, Regina sempre teve certa resistência à ideia de ser atriz. Queria fazer teatro. Foi durante os estudos que conheceu Hamilton Vaz Pereira, seu primeiro marido, que ao lado de Casé atuaria na vanguarda do teatro brasileiro na década de 1970

  • Imagem: Reprodução/Pinterest
    Imagem: Reprodução/Pinterest

    O trombone de Asdrubal

    Regina partilhava com Hamilton o incômodo criativo que buscava atualizar o teatro para os novos tempos. Na década de 1970, os dois se juntaram com Perfeito Fortuna, Evandro Mesquita, Patrícia Travassos, Luis Fernando Guimarães, entre outros, e fundaram a cooperativa de teatro "Asdrubal Trouxe o Trombone". O grupo foi um importante motor da cena cultural carioca e influenciou a forma de fazer, criar e produzir teatro

  • Imagem: Reprodução/Mercado Livre
    Imagem: Reprodução/Mercado Livre

    Gogol, a estreia e o primeiro prêmio

    A primeira peça de Asdrubal foi a adaptação de "O Inspetor Geral", do russo Nikolai Gogol. A peça garantiu a Regina Casé o prêmio de atriz revelação e acendeu o alerta para o novo teatro que surgia com uma nova geração de artistas cariocas

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    Imagem: Reprodução/YouTube

    Molière e o Leão

    A primeira peça inteiramente autoral do grupo foi "Trate-me Leão", que encenava as angústias da geração que cresceu no período mais brutal da ditadura militar. Com o mote "a felicidade é um compromisso terrestre" e uma montagem experimental, a peça marcou a história do teatro nacional pela inventividade estética. Ganhou o prêmio Molière, antiga premiação que era conhecida como o Oscar do teatro nacional

  • Imagem: Reprodução/YouTube
    Imagem: Reprodução/YouTube

    Trabalhando com Chico Anysio

    Vivendo ainda o sucesso de Asdrubal, Regina Casé foi chamada por Chico Anysio para participar de seu programa "Chico Anysio Show". Os dois faziam o quadro de entrevistas de Neide Taubaté, jornalista interpretada por Chico Anysio. As dezenas de entrevistados eram interpretadas, todas, por Regina Casé

  • Imagem: Reprodução/Sociview
    Imagem: Reprodução/Sociview

    A pop Tina Pepper

    Em sua terceira novela, "Cambalacho", Regina Casé teve uma personagem criada especialmente para ela: Albertina Pimenta, a Tina Pepper. A ambiciosa Tina Pepper fez tanto sucesso que a personagem sobreviveu à novela e acabou aparecendo em outros programas de TV e festas de artistas

  • Imagem: Reprodução/YouTube
    Imagem: Reprodução/YouTube

    TV Pirata

    Em 1988, Regina Casé se une a outra trupe para seguir inovando, dessa vez na TV. Com a proposta de satirizar a própria programação da televisão, a "TV Pirata" foi um marco no humor e grande sucesso de público

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    Imagem: Reprodução/YouTube

    Jornalismo de plateia

    Quando a "TV Pirata" acabou, Regina entregou um projeto audiovisual diferente ao diretor Daniel Filho: queria trazer a troca com a plateia que tinha no teatro para o jornalismo. Em 1991, surgia assim, em parceria com o antropólogo Hermano Vianna, o "Programa Legal", seu primeiro sucesso e que marcaria a sua assinatura como apresentadora

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    Imagem: Reprodução/YouTube

    Retratista do Brasil

    Com o "Programa Legal", Regina Casé desenvolveu uma marca e um jeito próprio de fazer televisão. Mirando a documentação dos costumes populares e periféricos, Casé se transformou em uma retratista da cultura, da língua e do patrimônio do país. São diversos os programas que abordaram esses temas, como os talk shows de cultura "Muvuca" e "Esquenta!", ou os jornalísticos "Brasil Legal", "Central da Periferia" e "Um pé de quê?"

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    Imagem: Reprodução/YouTube

    Polêmicas e processos

    Em outubro de 2018, Regina Casé e a Rede Globo foram condenadas em uma ação por danos morais movida por um casal de Campinas. O motivo da ação foi a exibição da entrevista do filho desse casal, um menino de oito anos e vítima de câncer, para o programa "Esquenta!". Os pais alegaram que não houve autorização para o uso da imagem da criança, à época internado em um hospital oncológico. O menino morreu dias depois de ter a entrevista exibida e a indenização foi fixada pela Justiça de São Paulo em dois milhões e meio de reais

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    Imagem: Reprodução/YouTube

    Séries educativas

    Regina Casé também trouxe sua assinatura em programas de entrevistas para as peças educativas. Os programas educativos que conduziu foram "Escola Legal", "Histórias do Brasil Legal", "Um pé de quê?" e "Que História é essa?"

  • Imagem: Reprodução/Hollywood Reporter
    Imagem: Reprodução/Hollywood Reporter

    Também marcou o cinema

    A retomada do cinema brasileiro também contou com o talento de Regina Casé. Foram 21 filmes desde 1978, mas as duas personagens que mais marcaram sua trajetória foram Darlene, de "Eu, Tu, Eles", e Val, de "Que horas ele volta?"

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