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Corinthians vai bem em campo, mas vê crise administrativa com Augusto fora

Augusto Melo, presidente do Corinthians - VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
Augusto Melo, presidente do Corinthians Imagem: VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Do UOL, em Santos

30/05/2024 04h00

O presidente Augusto Melo viajou para a Europa enquanto o Corinthians vive crise administrativa.

O que aconteceu

Augusto Melo está na Europa para ver a final da Liga dos Campeões, reuniões comerciais e visitas a clubes. O roteiro inclui Inglaterra e Alemanha.

O vice Osmar Stabile assumiu a presidência interinamente e mantém contato frequente com Augusto para estancar problemas administrativos. No campo, o Corinthians melhorou e tem seis vitórias nos últimos oito jogos.

O Corinthians tem situações a resolver em diversos departamentos: no jurídico, o diretor Yun Ki Lee e o adjunto Fernando Perino pediram demissão. No marketing, o diretor Sérgio Moura se licenciou. No financeiro, Rozallah Santoro foi convencido a ficar, mas ainda analisa a saída.

Todas essas questões têm a mesma polêmica como base: a intermediação do patrocínio máster da VaideBet. O assunto ainda impacta o clube com força no dia a dia.

O maior incômodo é a continuidade de Marcelo Mariano, o Marcelinho. O diretor administrativo foi bancado por Augusto Melo, a contragosto de outras lideranças. Ele dá pitaco em outras áreas e tem cada vez mais força na rotina do clube.

O UOL apurou que parceiros, fornecedores e credores do Corinthians também estão insatisfeitos. Com o presidente fora e diretores ausentes, a interlocução está mais difícil.

O ponto de paz é o executivo de futebol Fabinho Soldado. Ele tem boa relação com elenco e comissão técnica e consegue blindar os atletas. Os jogadores, dos mais velhos aos mais novos, estão satisfeitos com Soldado e António Oliveira.

A investigação

O Corinthians fechou, em janeiro, um acordo de três anos de patrocínio com a Vai de Bet no valor de R$ 360 milhões. Pela intermediação, o clube vai pagar 7% à empresa Rede Social. Os pagamentos são divididos em parcelas mensais.

A coluna de Juca Kfouri mostrou que, após os dois primeiros pagamentos, de R$ 1,4 milhão, a Rede Social enviou R$ 1,06 milhão, em duas transferências, para uma terceira empresa.

Essa terceira empresa, chamada Neoway Soluções, tem como sócia Edna Oliveira dos Santos, moradora de uma casa sem eletricidade no Jardim Caraminguava, em Peruíbe, São Paulo. Ela vive de Auxílio Brasil e desconhece Alex Cassundé, o dono da Rede Social Media Design.

Alex Cassundé foi um dos apoiadores de Augusto Melo e é muito próximo do diretor de marketing Sérgio Moura. Os dois pagamentos de 700 mil reais com intervalo de três dias foram feitos à revelia do diretor financeiro Rozallah Santoro, que estava fora do Parque São Jorge, em viagem, e determinados pelo diretor administrativo Marcelo Mariano, sob alegação de que a Rede Social havia emitido notas fiscais e pagado os impostos.

No endereço indicado como o de Edna na Junta Comercial, o zelador do edifício informou que não existe a unidade indicada e que o nome da mulher não constava na lista dos moradores. O endereço indicado como o da Neoway é de um coworking na Avenida Paulista.

O Corinthians disse que "todas as negociações, incluindo patrocínios, se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas" e que "não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros."

O clube afirmou ainda que "caso sejam apresentadas quaisquer provas de ilícitos, estes serão discutidos junto ao Conselho Deliberativo para providências que se fizerem necessárias."

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