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Campeão pelo Palmeiras, Wesley projeta desafios do Santos na Série B e torce por título: "É difícil"

19/04/2024 21h00

Aposentado há mais de um ano, Wesley viveu as mais diversas experiências no futebol. Revelado pelo Santos, o ex-jogador deu uma entrevista exclusiva para a Gazeta Esportiva e falou sobre os desafios que o Peixe deve enfrentar ao longo de 2024.

O meia foi campeão da Série B do Campeonato Brasileiro em 2013, com a camisa do Palmeiras, e pontuou as diferenças para a elite.

"Ao longo dos meus 23 anos de carreira, acho que eu disputei três ou quatro Séries B, fui campeão e consegui fazer ótimas campanhas. Muda muito, é um outro estilo de jogo. O pessoal tem que se adaptar à questão da força física constante, o tempo todo o Santos que vai ter que propor o jogo. Eu passei essa situação em 2013, com o Palmeiras. Vai ter hora que os caras não vão passar do meio de campo, só vão esperar, e aí você tem que martelar e tomar cuidado para não ser surpreendido. É diferente, ainda mais quando você está em um time de grande expressão, como o Santos", disse.

"Já prepara a panturrilha porque tem alguns gramados aí que prejudicam muito e alguns clubes usam isso como estratégia. É uma é uma arma, cada um usa sua estratégia. E tem a questão da competitividade. Não pode achar que vai conseguir vencer a qualquer momento porque o futebol é fogo, quando você acha que está tranquilo dentro de uma partida as coisas mudam. Então, quanto mais atento e mais ligado o Santos entrar, melhor, acho que é", ampliou.

Wesley rejeitou ofertas de clubes da Série A para defender o Palmeiras na Segunda Divisão. O esforço valeu a pena. Não à toa, a torcida alviverde colocou o meia como um dos melhores do torneio. Em 28 jogos, ele marcou sete gols.

"Eu tive a oportunidade de ser campeão quando atuava no Palmeiras. Foi um título muito importante para mim. O Atlético-MG me queria na época, mas eu vi todo o carinho que o Palmeiras teve comigo, principalmente em relação à questão da minha lesão. Eles cuidaram de mim, então como gratidão, eu tinha isso comigo. Foi um título muito importante, que a gente teve que trabalhar bastante", contou.

"Eu fui o melhor jogador da Série B. Acho que nas primeiras partidas, o Santos vai ser obrigado a se adaptar porque muda muito. Tomara que o Santos tenha uma adaptação rápida", completou.

Wesley surgiu no profissional do Santos em 2007. Foram 85 partidas e 10 gols marcados. Além disso, foram três títulos: dois Campeonatos Paulistas (2007 e 2010) e uma Copa do Brasil (2010). Hoje, falar do Peixe emociona o ex-jogador.

"Todo mundo sabe o carinho, o respeito que eu que eu tenho. Cheguei em 2005. Desde o primeiro momento que eu cheguei, me apaixonei pelo clube e, consequentemente, pela cidade. As coisas começaram a acontecer, me formei como homem aqui. Falar do Santos é até emocionante. É complicado, é muito difícil participar de uma situação negativa com um clube tão grande assim, ainda mais um clube que nunca caiu. Nunca desejei isso para ninguém, porque eu já estive ali dentro e sei como é. É um peso muito grande, é muito maior", comentou.

O bicampeão paulista lamentou o desempenho do Alvinegro Praiano nas últimas temporadas, mas vê com bons olhos a reconstrução do clube, liderada pelo presidente Marcelo Teixeira.

"O Santos passou por alguns anos complicados, dando margem para esses tipos de situações. Chega uma hora que é inevitável, você tem que pagar a conta. E infelizmente chegou essa hora, mas com a nova gestão, com todos envolvidos, o clube voltou a ter aquela mística. O Marcelo começou a resgatar isso, eu acho que o Paulista já foi uma baita de uma de uma prova", contou à reportagem.

"Não é não é para qualquer um e agora eu acho que o time se fortalece para esse novo momento, que é o maior desafio no ano, que é para poder voltar para Série A. O Santos vai ter que se adaptar, mas está mais do que provado que pode terminar o ano com chave de ouro e poder voltar para Série A", acrescentou.

Por fim, Wesley destacou o seu respeito por todos os clubes que estão na disputa por quatro vagas na elite do futebol brasileiro, mas aposta no sucesso do Santos.

"Eu respeito muito as outras equipes. O pessoal do outro lado está trabalhando para caramba também. Eles vão dificultar ao máximo porque os caras que estão nessas outras equipes, querem estar no Santos. Eles querem mostrar o trabalho deles. Eles têm responsabilidade, família. Todo o jogo que as equipes forem jogar contra o Santos, vai ser muito complicado", contou.

"Mas, se manter isso que a gente viu no Paulista, sobe tranquilamente. Mas também não vou falar que vai ser com sobra, 10 jogos na frente, porque eu respeito muito o pessoal que está trabalhando e sei o quanto é difícil. O Santos vai subir, só não me arrisco dizer se vai ser tranquilo, o futebol mudou muito, mas o Santos vai ser campeão e vai subir", finalizou.

O Santos estreia na Série B do Campeonato Brasileiro neste sábado, às 16h30 (de Brasília), contra o Paysandu, na Vila Belmiro.

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