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Mano admite reformulação: 'Bem claro que o Corinthians encerra um ciclo'

do UOL

Do UOL, em Santos

02/12/2023 21h07

O técnico Mano Menezes admitiu a necessidade de reformulação no Corinthians.

O que aconteceu

Mano falou que o Corinthians "encerra um ciclo" na entrevista após a derrota por 2 a 1 para o Internacional, hoje, na Neo Química Arena.

O Timão do novo presidente Augusto Melo vai mexer no elenco para 2024. A expectativa é de vários reforços.

Mano Menezes pediu sabedoria para escolher quem pode ficar e chegar, mas confirmou que o Corinthians precisa mudar.

As mudanças começarão por quem termina o contrato. São oito jogadores com futuro indefinido: Gil, Giuliano, Paulinho, Maycon, Cantillo, Bruno Méndez e Ruan Oliveira.

A gente está encerrando um ciclo, me parece bem claro que o Corinthians encerra um ciclo Mano Menezes, em entrevista coletiva

O que mais Mano Menezes falou na entrevista coletiva

Análise do jogo

"Achei que foi um jogo parelho. Se olhar os números, vai comprovar isso. Posse, situações de gol... A gente deu uma olhada rápido para falar. Achei o Inter mais lúcido, a gente mais na superação, no ímpeto, na vontade. Sofremos um pouco na frente por uma chegada mais organizada. Tivemos volume, apertamos, roubamos, mas insuficiente para criar mais oportunidades claras, como a última do Pedrinho. Temos que criar assim para marcar. Foi um jogo jogado, difícil. Considero o Inter uma equipe fora do lugar na tabela pela qualidade, por tudo. Posição diferente da produção de jogo. Precisávamos nos superar. Tivemos problema de encaixar no segundo volante do Inter. Diferentemente dos outros jogos, Jhonny era mais primeiro, Aránguiz mais segundo. Com Bruno e Aránguiz, dois que podem ser segundo, não dá para escolher um para encaixar. Erramos um pouco nisso. A preocupação de marcar os meias deles, Alan e Mauricio, fez a gente baixar um pouco Moscardo e Maycon, era necessário. Mas depois tinha que subir, foi nossa maior dificuldade. Demos muitas transições, como a do primeiro gol. Deixamos a bola sair, marcamos zagueiro e o volante saiu. A bola chegou no meio com um volante nosso para dois meias e levamos o gol. Exige mais leitura de jogo, situações mais complexas e não adianta definir isso ou aquilo antes. O jogador precisa entender durante o jogo porque o adversário tem variações. Arriscamos mais no segundo tempo, com mais impeto, mas faltou um pouco de lucidez. Fizemos um jogo jogado, mas não podemos nos acostumar a perder em casa."

Parte física

"A gente organiza a equipe taticamente para sofrer menos fisicamente. Mas não tem jeito. Em alguns momentos a disputa é intransferível, um contra um. Duelos individuais que temos que vencer mais e podem estabelecer superioridade tática. Não acho que o problema foi físico. Não vou entrar em análises individuais, ainda mais em derrota."

Primeiro contato com Augusto Melo

"Tivemos uma reunião para se conhecer, saber o que pensam os próximos dirigentes. Depois vamos estabelecer diretrizes de atuação. Não acho que o problema do elenco seja gestão. As coisas começam a ser bem trabalhadas no dia a dia, mas o clube vai passar por transformações, quem dirige vai decidir o que mudar e nós vamos nos adaptar. As questões técnicas pertencem a a quem foi contratado para exercer trabalho e função. Depois vamos ver como isso vai funcionar."

Perder menos em casa e pensamentos para 2024

"Geralmente no futebol queremos individualizar, sai quem, quem chega, quantos chegam. Não é o mais importante. Mais importante é saber quanto o Corinthians terá para investir. A partir disso, estabeleceremos o nível de transformação do elenco. No momento crucial do jogo, colocamos quase que só jogadores de menos de 20 anos. Não é fácil. Vamos comparando com o outro lado e vemos equilíbrio melhor, como é difícil, demoram para entrar no jogo, vemos uma decisão que não entendemos, mas é da idade, da formação. O Corinthians apressou. Agora vamos buscar equilíbrio de construção de elenco na parte física, mental, maturação, experiência. É mais importante isso do que tudo."

Planos para o jogo contra o Coritiba

"Não tenho todas as decisões pois depende de um monte de situações bem objetivas do clube. Política, investimento, questões maiores para estabelecer prioridades, contratações. A chegada de jogadores influencia nas saídas, pois é isso que se compara. É uma transformação para ganhar qualidade, competitividade, valências físicas. Mas tem que colocar na balança se as transformações significarão acréscimos. Já vimos transformar para pior e isso não vai acontecer. Não vou fazer isso para um jogo só, 90 minutos podem mostrar algo diferente da temporada toda. A temporada está clara sob os olhos de todos. Isso que tem que ser levado em consideração para o clube."

Desgaste de alguns jogadores

"Entendo perfeitamente o sentimento do torcedor. O torcedor é passional, tem parte de razão pois não dá para iniciar temporada que vem mostrando que os mesmos farão algo muito diferente do que foi visto. Precisamos refazer, modificar. Passará por entendimento, conhecimento. A direção vai levar esse sentimento do torcedor."

Irregularidade do Corinthians

"Por uma questão de conhecimento, temos que tirar o jogo do Bahia dessas situações. Aquele dia não faz parte da normalidade. São derrotas e derrotas, naquele dia não entregamos nada e terminou como terminou por culpa nossa. É diferente de hoje. Por mais que fiquemos tristes e nunca gostamos de perder, vimos situação de jogo jogado. Jogos grandes se perde ou ganha, empata, e eles são tão importantes para nós quanto para os outros. O bicho do lado de lá era o triplo pela notícia que tivemos. Tudo está no jogo, no pacote. Temos que diferenciar uma coisa da outra para não colocar tudo na vala comum."

Até que ponto vai participar da reformulação?

"Área técnica vai ser ouvido no que for da parte técnica. Foi a impressão que acertamos nesse primeiro momento. É o que acho que precisa ser feito. O clube deve ter questões institucionais, temos que compreender sentimento do torcedor. É a razão principal pelo que existimos. Mas temos que ter equilíbrio, uma parte de razão, questões financeiras."

Internacional

"Eu posso falar pouco, muito pouco pois sempre somos mal interpretados quando fala algo assim. O Inter vem se construindo há bastante tempo, com ideia de acrescentar mais. Time de dois anos. A gente está encerrando um ciclo, me parece bem claro que o Corinthians encerra um ciclo. Avaliamos no início, as coisas não andam, perdem confiança e é difícil ser diferencial assim. A confiança faz parte disso, da parte individual e coletiva. É difícil avaliar assim. Vocês podem fazer publicamente, mas eu não posso."

Fábio Santos fora dos 90 minutos e Corinthians desligado durante o jogo

"Futebol não é só estar ligado ou desligado, é muito mais que isso. O Inter jogou bem nesse momento por ser um bom time, ideia clara de construção e jogadores de qualidade para executar. Em jogo assim, há momentos nossos e deles. Jogo grande é assim. É a normalidade dentro de um jogo."

"Fábio vem de jogo desgastante contra o Vasco, partida inteira. Estava entrando em momento de desgaste e a gente achou que poderia ter força de apoio maior com Bidu, jogador mais fogoso, com mais força, mais jovem que poderia acrescentar pelo lado em termos ofensivos, se proporcionando também uma homenagem bonita também com estádio cheio. Está na foto grande de quem conquistou o Mundial."

Liderança de Fábio Santos e Romero

"Fábio é realmente elogiável a trajetória no Corinthians, mas não só. Aqui é extremamente significativa, vencedora, exemplo para os outros de dedicação e trabalho. Foi dia muito emocionante para ele e seus familiares. Na hora das reposições, temos que levar isso em consideração também. Esse tipo de jogador faz falta em jogo grande, entender superioridade, momento de cada partida. Achar esse equilíbrio nas escolhas, não necessariamente nessa posição, mas ter essa liderança, sim."

"Romero sempre deu sua contribuição. Sempre foi muito tático, usado, e sempre comparece no placar com seus gols. Agora vive esse momento. Extremamente importante nas últimas vitórias. Demonstra como futebol é. Daqui a pouco vemos o que ele tem para entregar e merece esse respeito. Jogadores como ele contribuem muito. O time para estar nas primeiras colocações tem que fazer 100, 100 e poucos gols. Temos que somar no início da temporada quanto faz cada e quais vão completar esses 100. Romero está sempre com 10, 12, 15 gols. Faz parte tática e entrega gols. Se doa para a equipe e acho isso elogiável."

Derrotas em casa

"Fator casa é importantíssimo no futebol brasileiro. A maioria das equipes de cima tem maior rendimento em casa. Em alguns momentos, isso é mais pressionante. É difícil conviver com essa pressão que deveria ser só positivo, mas inibe um pouco. Alguns sentem um pouco mais. Mas acho que é transitório, vamos voltar a vencer."

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