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Andreia Sadi recorda início em cobertura política: Tive que me masculinizar

Andréia Sadi - Estevam Avellar/Globo
Andréia Sadi Imagem: Estevam Avellar/Globo
do UOL

Colaboração para Splash

27/05/2024 11h44

Andreia Sadi, 37, falou sobre a dificuldade de se destacar enquanto mulher na cobertura jornalística de política e sociedade, espaço comumente dominado por homens.

O que aconteceu

A jornalista conta que acabou naturalmente 'masculinizando-se' numa tentativa de impor respeito neste âmbito profissional. "Sempre ficava pensando em como deveria ir vestida para fazer uma cobertura. Eu era jovem demais, e chegar a Brasília muito garota naquele ambiente de pessoas mais experientes na política… Isso me colocava em teste o tempo todo. Foi minha arma e meu escudo. Tive que me masculinizar no sentido tradicional que a gente conhece: usava calça, tirava brinco, prendia o cabelo… Achava que era a única mulher naquela cobertura, e eu queria ser respeitada. Nenhum homem devia pensar em nada daquilo", contou ela, durante participação no Power Trip Summit - reunião de grandes lideranças femininas promovida pela revista Marie Claire em Belo Horizonte (MG).

Após muito tempo emulando colegas que tinha como referência, Sadi decidiu passar a narrar os fatos que cobria como se estivesse em uma conversa informal - o que a ajudou a cair nas graças do público. "As pessoas começaram a se identificar. A intenção da política é de que as pessoas não a entendam. Meu propósito sempre foi o contrário de ser professoral, mas de aproximar, porque é da nossa conta o que está acontecendo em Brasília. Se você não entender, não tem como participar."

Ela lamenta que a eleição de mulheres na política brasileira ainda seja uma dificuldade - reflexo, a seu ver, de uma parte da sociedade que ainda resiste a evoluir. "A política é dominada por homens em todas as esferas, e eles não têm interesse em promover políticas de inserção porque têm interesse na manutenção das hierarquias. Ninguém vai dizer isso em lugar nenhum, mas, no fundo, querem que homem continue mandando e mulher, obedecendo."

Andreia admite que a união com colegas femininas a ajudou a se estabelecer na área que escolheu para atuar. "O poder dos homens está em estimular a competição e a rivalidade entre nós. No trabalho, quando nos unimos, nos tornamos imbatíveis."

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