Diretor iraniano Rasoulof apresenta em Cannes filme sobre conflitos com Justiça
Por Hanna Rantala e Miranda Murray
CANNES, França (Reuters) - O diretor iraniano exilado Mohammad Rasoulof disse nesta sexta-feira que sua produção na competição do Festival de Cannes, sobre a família de uma autoridade judiciária durante os protestos em seu país, em 2022, nasceu de suas próprias experiências com a Justiça. Rasoulof está na Riviera Francesa para a estreia de “The Seed of the Sacred Fig”, quase duas semanas depois de anunciar que fugiu do Irã após ser condenado a oito anos de prisão e açoitamento. Seu advogado afirmou que o diretor de 51 anos foi condenado por frases críticas a autoridades e por fazer filmes alternativos. O ministro da Cultura do Irã, Mohammad Mehdi Esmaili, disse à imprensa estatal neste mês que a produção de Rasoulof foi tornada ilegal e que haverá sanções contra filmes que não tenham licenças. O diretor disse à Reuters, em Cannes, que a ideia para o filme veio após ser preso e detido várias vezes. Ele foi acusado de crimes como filmagem sem licença e “conluio contra a segurança nacional”. “Nos últimos anos, fui interrogado tantas vezes, compareci ao tribunal, e na prisão eu tinha muito contato com as pessoas que a administram”, afirmou Rasoulof, que conquistou o principal prêmio do Festival de Berlim com o seu drama de 2020 “Não Há Mal Algum”, sobre a pena capital. “Para mim, esse tema surgiu, das pessoas que ajudam o sistema a funcionar. O que elas pensam? Como pensam? Que tipo de pessoas são?”, indaga. O filme conta a história de um juiz investigativo que fica crescentemente estressado e paranoico depois que protestos surgem em todo o Irã, contra a morte de Mahsa Amini, uma mulher curda presa pela polícia da moralidade por ter supostamente violado o “código de vestimenta” nacional. Em casa, suas duas filhas tentam resistir ao controle cada vez maior sobre suas vidas, enquanto sua mulher tenta apoiá-lo: “Vim para Cannes pela primeira vez há 20 anos, então minha presença em Cannes é sobre a trajetória que iniciei, e estou muito feliz por estar aqui hoje”. (Reportagem de Hanna Rantala, reportagem adicional de John Davidson)
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