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C6 Fest: Com baile tecnotrônico, Fausto Fawcett lota plateia e revive hits

Fausto Fawcett levou seu show ao C6 Fest, na noite de sábado (18), em São Paulo - Fernando Souza/Divulgação
Fausto Fawcett levou seu show ao C6 Fest, na noite de sábado (18), em São Paulo Imagem: Fernando Souza/Divulgação
do UOL

Adriana Del Ré

Colaboração para Splash, em São Paulo

19/05/2024 10h39

Muito associado ao universo carioca por ser um cronista musical e literário realista de sua cidade, o compositor e escritor Fausto Fawcett já furou essa bolha faz tempo. Sobretudo, quando está em São Paulo. Por isso, ele considera fora de propósito essa insistente associação de sua imagem como artista ao Rio de Janeiro.

"Faz uns 15 anos que venho para cá direto para trabalhar. São duas urbanidades e me sinto muito à vontade nas duas. Se não, eu não teria em momento alguma receptividade aqui", disse Fawcett, em conversa com Splash no backstage do C6 Fest, um pouco antes de se apresentar no sábado (18), no palco instalado na Pacubra - Pavilhão das Culturas Brasileiras, dentro Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

A prova veio com o público que fez fila para entrar no show e lotou o espaço para vê-lo, logo depois que as apresentações do primeiro de festival chegaram ao fim nos outros palcos. Com a nova versão do show 'Favelost - O Baile', inspirado em seu livro e disco 'Favelost', Fawcett divide a cena com o casal de guitarristas Rodrigo Brandão e Bianca Jhordão, da banda Leela, e com Paulo Beto, que pilota os sintetizadores, com projeções ao fundo, em um clima meio caótico, meio performático.

Desta vez, ele contou com a participação especial de BNegão e Fernanda D'Umbra, atriz e vocalista da banda Fábrica de Animais. E é com essa versão do show que Fawcett agora seguirá na estrada.

Em seu novo baile tecnotrônico, as loiras belzebus que outrora combinavam as funções de backing vocals e sex symbols deram espaço a mulheres que assumem guitarra ou cantam lado a lado com o anfitrião. "São 9 músicas e 9 textinhos contando essa história." Em meio a essa narrativa musical, estão seus antigos sucessos como 'Kátia Flávia' e 'Rio 40 Graus'. "'Rio 40 Graus' fala do Rio, mas, na verdade, está falando de muitas cidades", comparou ele.

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Show de Fausto Fawcett no C6 Fest, em São Paulo, sábado (18)
Imagem: Fernando Souza/Divulgação

E, com as mudanças climáticas, 'Rio 40 graus' poderia ser chamada de 'Rio 60 Graus' nos dias de hoje? "Tem duas perspectivas: do clima e eu diria que é Rio 360 Graus, porque, se você fizer um giro no Hemisfério Sul, as cidades todas são parecidas, as similaridades são muitas. Você pode dizer: 'São Paulo, 40 graus, purgatório da riqueza e do caos'", Fawcett responde.

Artista emblemático da cena underground, Fausto Fawcett não é figura frequente em festivais, até porque muitos deles preferem investir em line-ups com atrações repetidas ou só nomes badalados, que garantam a presença de um grande público. Para o compositor, em geral "os festivais viraram grandes quermesses; às vezes, a música está em último lugar".

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Fausto Fawcett puxa dancinha em show no C6 Fest, no sabado (18), no Parque Ibirapuera
Imagem: Fernando Souza/Divulgação

"Na maioria das vezes, o festival tem que faturar e dane-se, não tem risco, não tem aposta, ou então vamos apostar no que já está assimilado. É estranho ou é periférico, mas já está assimilado. Já sabe que tem apelo comercial e apelo para o público. Bota ali", avaliou. "No C6 Fest, você tem uma maior aposta em quem tenha algum público e em outros que talvez venham a acontecer, e o jazz, que tem público específico."

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