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Influencer viraliza com sangue menstrual no rosto, mas prática tem risco

Influencer Sarah Sol recomenda o uso de sangue menstrual como máscara facial - Reprodução/Instagram
Influencer Sarah Sol recomenda o uso de sangue menstrual como máscara facial Imagem: Reprodução/Instagram
do UOL

Colaboração para Universa*

20/04/2024 04h00

A influencer egípcia Sarah Sol, 32 anos, foi criticada ao usar sangue menstrual como máscara facial. Ela gravou vídeos e compartilhou nas redes sociais. "Isso não é para todo mundo. Se você não tem certeza sobre isso, talvez seja melhor não fazer em casa", disse Sarah em um dos posts.

O que aconteceu

A influencer nega que o sangue menstrual seja sujo, como dito em alguns comentários das publicações. Sarah entende que menstruação é um "boletim mensal de saúde" e que "mostra o quão saudável você é". "Se o sangue menstrual é sujo, por que é um sinal de saúde e fertilidade para as mulheres?".

Sarah recomenda deixar o sangue menstrual no rosto por poucos minutos. "Quando começa a secar e você começa a sentir puxar a pele, deve deixar por mais 2 a 3 minutos até 5 minutos e, então, lave o rosto. Eu costumo deixar até secar, mas não deixo secar muito", explica a influencer.

Usuários criticam uso do sangue menstrual como máscara facial. "O sangue menstrual está cheio de bactérias... por que você colocaria isso no rosto?", pergunta uma mulher. "Espero que isso seja uma piada, é nojento", disse outra pessoa.

Por que não é recomendado

Não há nenhuma comprovação científica de que a aplicação do sangue menstrual na face possa causar benefícios. Não há embasamento científico para o uso do líquido para tratamentos anti-idade, de estímulo ao colágeno da pele, entre outros.

Uso pode ter risco moderado. O sangue menstrual pode estar contaminado, já que passa pela vagina. Além disso, o sangue é um potencial causador de doenças, pois é o melhor meio para o crescimento de bactérias.

O sangue menstrual, de fato, possui nutrientes, mas isso não significa que essas propriedades serão transferidas para a pele.

Tratamentos usam plasma rico em plaqueta, mas que nada tem a ver com a coleta do sangue da menstruação e aplicação direta no rosto. Nesse processo, se retira sangue da veia que é levado ao laboratório para centrifugação. Durante esse processo, retiram-se os glóbulos brancos e vermelhos e a camada com alta concentração de plaquetas é separada. Após o procedimento laboratorial, esse sangue é aplicado sobre a pele, cabelo ou injetada. Isso porque as plaquetas apresentam fatores de crescimento que estimulam o desenvolvimento da pele. A parte de plasma rica em plaqueta no sangue menstrual é mínima, de apenas 1%.

Fonte: Abdo Salomão, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da American Academy of Dermatology (AAD).

* Com informações de reportagem publicada em 12/08/2020

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