Artista israelense se recusa a abrir exposição em Veneza em protesto contra guerra
ROMA (Reuters) - A artista escolhida para representar Israel na prestigiada feira de arte Bienal de Veneza disse na terça-feira que estava se recusando a abrir o pavilhão nacional até que houvesse um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza.
"Sinto que o tempo para a arte está perdido", escreveu Ruth Patir em uma declaração no Instagram, explicando por que ela e os dois curadores da exposição decidiram abandonar a mostra.
"Se me for dado um palco tão notável, quero fazer com que ele valha a pena", disse ela.
Quase 9.000 pessoas, incluindo artistas e diretores de museus, assinaram um apelo online em fevereiro pedindo que Israel fosse excluído da Bienal e acusando o país de genocídio em Gaza durante sua guerra contra o Hamas.
Israel rejeita qualquer acusação de genocídio e tanto os organizadores da Bienal quanto o governo italiano recusaram a petição, dizendo que era vital que Israel tivesse espaço na exposição.
Apelidada de "Olimpíadas do mundo da arte", a Bienal é um dos principais eventos do calendário artístico internacional. A edição deste ano, "Foreigners Everywhere" (Estrangeiros em toda parte), deve receber pavilhões de 90 países entre 20 de abril e 24 de novembro.
Patir, cujo trabalho para Veneza inclui um vídeo de antigas estátuas de fertilidade como um comentário sobre o papel das mulheres, foi escolhida no ano passado para representar Israel por um painel de profissionais de artes nomeado pelo Ministério da Cultura israelense.
A exposição de Israel foi parcialmente financiada pelo governo israelense. O governo israelense não fez nenhum comentário imediato sobre a decisão de Patir de não participar do evento.
(Reportagem de Crispian Balmer)
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