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O que diz o espiritismo sobre o Vale dos Suicidas, de 'A Viagem'

Alexandre foi vivido por Guilherme Fontes em "A Viagem" - Reprodução
Alexandre foi vivido por Guilherme Fontes em 'A Viagem' Imagem: Reprodução
do UOL

Colaboração para Splash, em São Paulo

12/04/2024 04h00

Se você assistiu "A Viagem", que completou 30 anos de sua estreia na quinta-feira, provavelmente deve lembrar do "Vale dos Suicidas", local para onde Alexandre vai depois de morrer na cadeia e de onde passa a atormentar os personagens da trama.

Procure ajuda
Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente.

O vale existe, na visão espírita?

O "Vale dos Suicidas" em que Alexandre foi parar é algo definido como umbral pelo espiritismo. Ivani Ribeiro, que escreveu a novela, chegou a consultar Chico Xavier para desenrolar alguns episódios da trama.

O umbral também é para onde foi o espírito de André Luiz, inicialmente, após a morte, segundo a crença do espiritismo. Um livro que o espiritismo diz ter sido psicografado por Chico Xavier relata a trajetória de André Luiz —a produção inspirou o filme homônimo "Nosso Lar". Ivani se inspirou no suposto relato do espírito para construir a jornada de Alexandre na novela.

Na visão do espiritismo, André também era considerado um suicida —no caso um suicida inconsciente, por ações dele enquanto estava encarnado, que o levaram a desencarnar cedo.

Segundo a crença do espiritismo, André Luiz ficou no umbral por oito anos, lidando com espíritos tidos como de "vibrações inferiores" que o atormentavam, como ele relatou no livro "Nosso Lar".

Segundo Samuel Magalhães, pesquisador da Federação Espírita Brasileira, o termo umbral tem origem na ideia de algo sombrio, de escuridão. É considerada uma região de transição, por onde depois de desencarnar, o espírito que ainda não evoluiu completamente, precisa passar. Na visão espírita, não há inferno e o umbral é apenas uma passagem —à medida que o espírito evolui em seus sentimentos e ações, ele alcança outras "moradas espirituais".

Ivani ouviu de Chico Xavier que ela deveria escrever uma nova história quando fez "A Viagem" e não adaptar obras espíritas que já existiam. Por isso, a novela reproduz algumas situações, mas todas cheias de fantasia. Ela ainda teve como consultor o professor espírita Herculano Pires.

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