Milhares de artistas pedem que Bienal de Veneza exclua Israel
ROMA (Reuters) - Quase 9.000 pessoas, incluindo artistas, curadores e diretores de museus, assinaram um apelo online pedindo que Israel seja excluído da Bienal de Arte de Veneza deste ano, acusando o país de "genocídio" em Gaza.
Israel tem enfrentado críticas internacionais crescentes, inclusive no mundo das artes, sobre sua ofensiva no enclave palestino, que foi desencadeada por um ataque de militantes do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel.
Os ataques do Hamas deixaram 1.200 pessoas mortas e 253 feitas reféns, de acordo com os registros israelenses, enquanto as ações israelenses em Gaza mataram cerca de 30.000 pessoas e deslocaram a maioria dos 2,3 milhões de habitantes do território, de acordo com as autoridades de saúde palestinas.
Israel rejeita veementemente qualquer acusação de que suas ações equivalem a genocídio.
"Qualquer representação oficial de Israel no cenário cultural internacional é um endosso de suas políticas e do genocídio em Gaza", disse a declaração online do coletivo Art Not Genocide Alliance.
O coletivo destacou que a Bienal de Veneza já havia banido a África do Sul por causa de sua política de apartheid de domínio da minoria branca e excluído a Rússia na esteira da invasão da Ucrânia pelo Kremlin em 2022.
O ministro da Cultura italiano, Gennaro Sangiuliano, disse que o apelo era uma "imposição inaceitável, além de vergonhosa... daqueles que acreditam ser os guardiões da verdade e, com arrogância e ódio, pensam que podem ameaçar a liberdade de pensamento e de expressão criativa".
A assessoria de imprensa da Bienal de Veneza não respondeu imediatamente a um pedido de comentário nesta terça-feira.
Os signatários do apelo incluem o diretor do Museu da Palestina nos EUA, Faisal Saleh, a fotógrafa ativista norte-americana Nan Goldin e o artista visual britânico Jesse Darling, que ganhou o Prêmio Turner do ano passado.
Apelidada de "Olimpíadas do mundo da arte", a Bienal é um dos principais eventos do calendário artístico internacional. A edição deste ano receberá pavilhões de 90 países entre 20 de abril e 24 de novembro.
(Por Alessandro Parodi)