Emicida agita a Virada com homenagem ao povo negro e pedido de mais mulheres no rap
Com quase meia hora de atraso, o show do Emicida na Virada Cultural começou cheio de expectativas do público, que liberou o grito em "Bang".
O rapper, de grande importância nacional, começou seu discurso dizendo que estavam todos em solo sagrado, onde começou a história do hip-hop --no largo São Bento. "Vamos homenagear os 5 milhões de africanos sequestrados e levados como escravos."
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Na sequência, o rapper cantou "Gueto" e botou tudo para ferver com "A Chapa É Quente", de sua parceria com Rael, que concorreu ao Grammy Latino em 2017.
O coro de seus seguidores valeu para praticamente todas as músicas. "Eu não tenho mais idade, não. Numa dessas o Emicida chora, infarta e a culpa é de vocês", disse emocionado com a quantidade de gente assistindo ao show.
As baladinhas, como "Madagascar" e "Baiana", deram um certo "descanso" para a galera e combinaram com a noite chegando e as luzes coloridas do palco.
"Mantenham essa energia", pediu Emicida ao anunciar a participação da cantora Mayra Andrade. "Emocionada por estrear na Virada com você, com vocês", disse a artista cabo-verdiana, citando a participação de Cesária Évora na primeira Virada Cultural.
Com ela e um lindo coral formado pelo público da Virada, eles cantaram "Passarinhos" e ela se despediu.
Na primeira oportunidade, o público entoou o famoso "Hei, Bolsonaro, vai tomar..." e Emicida não deixou barato: "Vocês não sabem o prazer que dá tocar para a plateia certa".
Ovacionado e depois de uma hora e meia no palco, o rapper se despediu da Virada Cultural com "Levanta e Anda". "Muito obrigado a todos por tudo o que fizeram por nós nestes últimos 15 anos. O hip-hop é uma cultura maravilhosa. Mas é uma luta incompleta se não tiver mais mina no bagulho. Vocês têm que nos ajudar a fazer essa cultura continuar nos dando orgulho."