Alemanha escapa por pouco da recessão no terceiro trimestre
Berlim, 14 Nov 2019 (AFP) - A Alemanha conseguiu evitar oficialmente a recessão, graças ao crescimento de apenas 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre na comparação com o período anterior.
O avanço modesto do PIB entre junho e setembro evita dois trimestres consecutivos de retrocesso, o que teria significado a entrada da economia alemã em um cenário de recessão técnica.
"Não podemos falar de mudança fundamental da conjuntura, mas estes indicadores apresentam uma luz de esperança", afirmou o ministro da Economia, Peter Altmaier, em um comunicado.
O Escritório Federal de Estatísticas (Destatis) revisou em alta o crescimento do primeiro trimestre, de 0,4% a 0,5%, mas também revisou a queda do segundo trimestre (-0,2%, ao invés -0,1% da primeira estimativa).
"Com recessão ou não, a economia alemã entrou em uma estagnação de fato, com um crescimento trimestral de 0,1% em média desde o terceiro trimestre de 2018", afirmou Carsten Brzesk, economista do banco ING.
De acordo com o Destatis, a demanda interna permanece estável graças ao mercado de trabalho, com uma taxa de desemprego de 5,0% em outubro, próxima do menor nível registrado desde a reunificação do país, e taxas de juros historicamente reduzidas.
Os investimentos em equipamentos, no entanto, recuaram na comparação com o trimestre anterior, uma tendência que segundo o Destatis reflete o momento ruim do setor manufatureiro.
A indústria, tradicionalmente o motor econômico da Alemanha, sofre as consequências dos conflitos comerciais e de fatores mais locais como as secas, que afetaram o setor químico, ou as dificuldades das montadoras de automóveis.
Tim Wollmerhäyser, do instituto econômico IFO, destacou que não é necessário temer uma recessão profunda nos próximos meses porque, segundo ele, o risco do Brexit ou das guerras comerciais diminuíram nos últimos meses.
Muitos institutos de pesquisa alemães apontam uma aceleração a economia nos próximos meses, assim como o governo, que prevê um crescimento de 0,5% este ano e de 1% em 2020.
Carsten Brzeski considera que a principal incógnita é saber até quando a demanda interna alemã poderá resistir a um mundo economicamente "depressivo", o que afeta indústrias como a automobilística, em plena transição para os carros elétricos.
O economista destaca que o período de incerteza "explica a hesitação ou pelo menos as dúvidas do governo alemão para comprometer-se com o estímulo orçamentário a curto prazo".
Apesar das pressões internacionais e do setor econômico para que o governo gaste mais, a chanceler Angela Merkel mantém a política de déficit equilibrado, aplicada desde 2014.
fcz/cfe/pc/bl/fp
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.