Vulcão na Indonésia onde brasileira caiu tem histórico de acidentes
A trilha do vulcão indonésio Monte Rinjani, onde a brasileira Juliana Marins caiu, tem histórico de acidentes com turistas nos últimos anos.
O que aconteceu
Rinjani é o segundo maior vulcão da Indonésia, com 3.726 m de altura, e está ativo. Ou seja, há risco de erupção, embora a última tenha ocorrido entre agosto e setembro de 2016, segundo o Programa Global de Vulcanismo do Smithsonian Institution.
Turistas já morreram no local. Em maio, um turista malaio de 57 anos morreu no Rinjani depois de uma queda enquanto o escalava. Em 2022, um português também morreu após despencar de um penhasco no seu cume, segundo a BBC. Já em 2012, um grupo de sete estudantes morreu durante uma escalada.
Em 2018, um terremoto de magnitude 6,4 atingiu a região do vulcão, o que levou a desabamentos nas trilhas e 17 mortes. Mais de 330 pessoas ficaram feridas, estimou a imprensa internacional e as autoridades na época. A maioria era de turistas.
Viajantes se surpreendem com dificuldades dos passeios pelo Rinjani. Segundo relatos na plataforma TripAdvisor, as caminhadas e escaladas exigem muito fisicamente e são perigosas, especialmente por causa de ventos fortes. Por isso, os mais experientes só recomendam encarar o Rinjani se houver preparo físico, embora muitos reclamem do que consideram falta de segurança e infraestrutura do parque.
Trilhas duram de um a cinco dias, dependendo do roteiro. Alguns levam até a borda da cratera vulcânica, de onde as vistas seriam privilegiadas.
Vulcão fica em Círculo de Fogo do Pacífico
Vulcão é popular entre turistas pela sua localização. O Rinjani fica na ilha Lombok, nas proximidades da paradisíaca Bali. Além disso, ele está localizado em um geoparque de mesmo nome pela Unesco como "a ponte tropical entre a Ásia e a Austrália" e oferece belezas como paisagens verdes, cachoeiras e fontes termais. A Unesco destaca o geoparque pela grande biodiversidade em que o Monte Rinjani tem papel essencial, já que seria um dos vulcões mais jovens do complexo, formado de 6 a 12 mil anos atrás.
Ilha de Lombok é parte do chamado "Arco Vulcânico de Sunda" (ou Sonda). A área é de alta atividade sísmica, conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico. Ali acontecem cerca de 90% de todos os terremotos do mundo, segundo estimativas do Serviço Geológico dos EUA.
Círculo de Fogo existiria há pelo menos 35 mil anos, estimam cientistas. É uma zona de 40 mil quilômetros de extensão, com colisões entre pelo menos dez diferentes placas tectônicas, os blocos rochosos que compõem a camada mais externa do planeta. As interações entre as "fronteiras" destas placas criaram fossas oceânicas, arcos vulcânicos, bacias sedimentares submarinas (também chamadas de bacias de retroarcos) e cinturões vulcânicos. Ou seja, não há área com maior número de colisões e movimentações na camada mais superficial da Terra.
Por ali, há ainda entre 750 e 915 vulcões ativos ou inativos, dois terços do total global. O número varia dependendo de quais áreas são consideradas, já que há especialistas que não incluem justamente a Indonésia nesta região. Três dos quatro vulcões mais ativos do mundo —o Monte Santa Helena, nos EUA, o Monte Fuji, no Japão, e o Monte Pinatubo, nas Filipinas — são parte do Círculo de Fogo.
Em média, sismógrafos capturam algum tipo de abalo no Círculo de Fogo a cada cinco minutos. Ao longo das áreas costeiras, há o perigo de tsunami.
*Com informações de matérias publicadas em 28/03/2025 e 23/06/2025.