Operação de resgate de brasileira é retomada na Indonésia, após interrupção por mau tempo
As equipes da Indonésia retomaram nesta terça-feira (24) as tentativas de resgate da turista brasileira Juliana Marins, de 26 anos. Ela caiu no sábado (21), pelo horário local, em uma cratera do monte Rinjani, um vulcão de mais de 3.700 metros muito popular entre praticantes de trilhas. As buscas haviam sido interrompidas na véspera devido ao mau tempo na região, informaram as autoridades locais.
"Ontem de manhã (segunda-feira), localizamos a vítima. Enviamos uma equipe ao local, mas fomos prejudicados pelo terreno muito íngreme e pelo tempo nublado", disse Muhammad Hariyadi, chefe do serviço de busca e resgate de Mataram, no oeste da ilha de Lombok, onde fica o vulcão.
"Quando a localizamos, usando um drone, ela não estava se movendo", acrescentou. Ao todo, 50 pessoas foram mobilizadas na operação de resgate. Alguns socorristas, equipados com material de alpinismo, tentam escalar a montanha e atingir o local onde está a brasileira. Eles também usam drones com câmeras térmicas e um helicóptero.
Um perfil com informações sobre o resgate @resgatejulianamarins, criado por pessoas próximas à turista, informou que as buscas contam com o "forte apoio" da embaixada do Brasil em Jacarta.
"Há 3 planos em vigor no momento. Mas confirmamos a impossibilidade de usar, por enquanto, o helicóptero devido a condição climática atual", diz o último post.
Ainda segundo informações publicadas na rede social, a equipe de resgate desceu 400 metros, "mas estima que a posição de Juliana continua a uns 600 m de distância. Ela está bem mais longe do que estimaram ontem".
Um post de 10h49 no horário local (00h49 em Brasília), informa que havia "dois helicópteros de resgate (um em Sumbawa, outro em Jacarta) de sobreaviso aguardando a confirmação do espaço aéreo para poder decolar e iniciar o plano de voo".
No Instagram, familiares e amigos de Juliana manifestam preocupação e lamentam que o parque continue aberto e acessível a turistas quando a jovem "precisa de ajuda". Segundo as mensagens, ela está sem água, comida ou roupas quentes.
Em um vídeo publicado no YouTube, o pai de Juliana diz que está no aeroporto de Lisboa a caminho da Indonésia, mas foi impedido de viajar devido ao fechamento do espaço aéreo do Catar, após os bombardeios iranianos à base aérea americana no emirado.
Imprensa francesa repercute buscas
Os jornais franceses repercutiram as buscas pela turista brasileira. "Juliana Marins, de 26 anos, está presa nas entranhas do Monte Rinjani há três dias", diz Le Parisien sobre a brasileira. A jovem começou a caminhar pelas trilhas do vulcão Rinjani com um guia. Cansada, parou para descansar, ficando para trás do restante do grupo. Segundo seu guia, que não a encontrou ao retornar, a brasileira desapareceu por volta das 6h30, no horário local.
De acordo com autoridades brasileiras, citadas pelo jornal, ela caiu de um "penhasco que circunda a trilha, próximo à cratera do vulcão". Imagens de drones confirmaram a presença de Juliana na cratera, em uma saliência rochosa. Os socorristas ouviram seus gritos de socorro no dia em que ela caiu.
O site do canal de tevê TF1 lembra que o vulcão onde Juliana caiu é ativo e salienta que a caminhada era difícil e passava por uma trilha escorregadia.
No sábado, após a queda, a turista pediu ajuda e foi localizada. Nas imagens de vídeo, ela aparecia sã e salva, abaixo de uma trilha. Porém, mais tarde no mesmo dia, os socorristas não a encontraram quando desceram 300 metros de onde acreditavam que ela estava, e ela não respondeu a chamados, relata o site.
Ela foi localizada novamente na segunda-feira. No entanto, o terreno íngreme e as más condições climáticas (neblina espessa reduzindo a visibilidade) ainda não permitiram que Juliana Marins fosse removida da cratera.
A ilha de Lombok é um destino turístico conhecido por suas praias, natureza exuberante e a vista panorâmica do topo do Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia.
Em 2018, centenas de turistas e guias ficaram presos em deslizamentos de terra na montanha após um terremoto de magnitude 6,4. Pelo menos 17 pessoas morreram na ilha, incluindo uma no vulcão.
(RFI et AFP)