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Irã pode fechar estreito de Ormuz: o que isso significa para o petróleo?

Petroleiros passam pelo Estreito de Ormuz - Hamad I Mohammed/Reuters - 21/12/2018
Petroleiros passam pelo Estreito de Ormuz Imagem: Hamad I Mohammed/Reuters - 21/12/2018
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Do UOL, no Rio

23/06/2025 05h30

Com a entrada dos Estados Unidos no conflito entre Irã e Israel, o parlamento iraniano decidiu hoje fechar o Estreito de Ormuz, importante rota para o petróleo no mundo. Bloqueio da via vai impactar o preço do petróleo internacionalmente.

O que é o Estreito de Ormuz

É o corredor marítimo mais importante do mundo para o transporte de petróleo. Estima-se que cerca de 20 milhões de barris de petróleo bruto, condensado e combustíveis sejam transportados por ali diariamente, segundo dados da Vortexa, consultoria do mercado de energia e frete.

Fica entre o Irã e Omã. A via tem 33 quilômetros de largura, por onde transitam navios vindos do Golfo Pérsico em direção ao Mar Arábico. No seu ponto mais estreito, o trecho onde os navios podem navegar tem apenas 3,2 quilômetros de largura em cada direção, o que o torna congestionada e perigosa.

Ameaça de fechamento já impactava mercado

Qualquer bloqueio da hidrovia ou interrupção no fluxo de petróleo pode provocar um forte aumento nos preços do petróleo bruto e afetar os países importadores, especialmente na Ásia. O frete dos navios que transportam petróleo bruto e derivados na região já aumentou nos últimos dias. O custo do transporte de combustíveis do Oriente Médio para o Leste Asiático subiu quase 20% em três sessões até segunda-feira, informou a Bloomberg, citando dados da Baltic Exchange. O frete para a África Oriental aumentou mais de 40%.

Grandes volumes de petróleo bruto extraídos por países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) passam pelo corredor. São eles: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque. O Catar, um dos maiores produtores mundiais de gás natural liquefeito, também depende fortemente do estreito para transportar suas exportações da commodity.

Contratos futuros do petróleo fecharam em alta próxima de 3% ontem, enquanto investidores seguem ponderando informações que indicam a possibilidade de envolvimento dos EUA no conflito. Na ICE (Intercontinental Exchange), o contrato de petróleo Brent para agosto fechou em alta de 2,8% (US$ 2,15), a US$ 78,85 o barril, depois de tocar máxima intraday de US$ 79,04, o maior patamar desde 22 de janeiro.

Se os ataques cessarem, mas sanções mais duras forem impostas ao Irã, a produção global de petróleo pode cair em 700 mil barris por dia, impulsionando o Brent. A análise foi feita pela Oxford Economics. Já a interrupção das exportações iranianas levaria o preço do Brent a cerca de US$ 90 e o fechamento do Estreito de Ormuz, a US$ 130 por barril do Brent, de acordo com a Oxford.

Interferência eletrônica afeta navegação. Essas intervenções nos sistemas de navegação de navios comerciais aumentaram nos últimos dias ao redor da hidrovia e do Golfo, disseram fontes navais à agência de notícias Reuters. Essa interferência afeta os navios que navegam pela região.

*Com informações de Estadão Conteúdo e DW

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