Travessias clandestinas no Canal da Mancha: 136 migrantes são resgatados de barcos precários em 48 horas
Cento e trinta e seis imigrantes foram resgatados na sexta-feira e no sábado tentando atravessar ilegalmente o Canal da Mancha, incluindo mais de cem somente no sábado, anunciou a Préfecture maritime (Prémar), órgão de controle marítimo do Canal da Mancha e do mar do Norte no domingo (22).
Na manhã de sábado, 115 pessoas foram resgatadas após as partidas abortadas de dois barcos, um de Dunquerque (cidade litorânea francesa perto da Bélgica) e outro da Baía de Wissant (região de Pas-de-Calais), de acordo com um comunicado da Prémar.
O barco que partiu de Dunquerque sofreu danos no motor. Pouco depois da partida, o barco se partiu no mar e alguns de seus ocupantes caíram na água. Os navios de resgate salvaram 38 pessoas que estavam bordo.
Ao mesmo tempo, o barco que havia saído da Baía de Wissant, "em péssimas condições", também se despedaçou no mar. Dessa vez, um rebocador de assistência e salvamento resgatou 77 pessoas.
Na sexta-feira, a Prémar já havia resgatado 21 pessoas após duas partidas de "pequenos barcos", nome dado aos botes semi-rígidos improvisados, muitas vezes sobrecarregados, usados pelos migrantes para atravessar o Canal da Mancha.
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Entre sexta-feira e sábado, mais de mil pessoas chegaram às águas britânicas em barcos semelhantes, de acordo com dados oficiais britânicos: 437 a bordo de sete barcos na sexta-feira e 583 a bordo de oito barcos no sábado. Isso representa uma média de 68 pessoas por barco.
Desde 1º de janeiro, mais de 18 mil pessoas atravessaram o Canal da Mancha em pequenos barcos, de acordo com as autoridades britânicas, incluindo mais de 3.500 desde 11 de junho, graças a uma janela climática favorável de cerca de dez dias, que favoreceu as travessias.
Atualmente, conforme a lei internacional do mar, quando um barco está na água, as autoridades francesas só intervêm se os passageiros solicitarem assistência. Mas, sob pressão de Londres, Paris poderá passar a interceptar "barcos-táxi" que levam os migrantes nas travessias a até 300 metros da costa.
(Com AFP)