Ataque a reator no Irã causaria catástrofe; reunião emergencial é convocada
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) convocou uma reunião de emergência para amanhã, após a escalada na tensão no Irã com os bombardeios dos EUA.
O que aconteceu
Agência alertou que um eventual ataque ao reator de Bushehr, cidade portuária ao sul de Teerã, causaria uma "catástrofe nuclear". "A usina está em funcionamento e tem milhares de quilos de material nuclear", explicou o chefe da AIEA, Rafael Grossi. "Um ataque poderia liberar radioatividade a centenas de quilômetros", falou.
O Exército de Israel disse hoje ter atacado equipamentos militares na cidade. Segundo publicação nas redes sociais, as forças israelenses miraram "lançadores de mísseis e depósitos de veículos aéreos não-tripulados". Ainda não há informação sobre a distância desses pontos da usina de Bushehr.
Segurança da usina já estava comprometida. Grossi, da AIEA, diz que não foram detectadas emissões de radiação, mas que "o perigo existe" desde o início dos bombardeios de Israel contra o Irã, no último dia 13.
Israel lançou a ofensiva há 10 dias, citando suspeitas de que o país persa estivesse desenvolvendo uma bomba nuclear. O governo de Benjamin Netanyahu se baseou em um relatório da AIEA, que disse que Teerã violou as obrigações de não-proliferação nuclear pela primeira vez em 20 anos.
EUA atacam Irã
Estados Unidos entraram ontem na guerra de Israel contra o Irã, que chega hoje ao 10º dia. O governo de Donald Trump lançou 14 bombas anti-bunker no território iraniano na noite de ontem, e disse ter atingido instalações nucleares subterrâneas.
Agência atômica iraniana disse que ofensiva não vai interromper suas atividades. Em nota emitida após os bombardeios, a organização atômica iraniana disse que o avanço nuclear do país continuará "apesar das conspirações malignas dos inimigos".
Chanceler do Irã descartou saída diplomática depois das ações de ontem. O ministro das Relações Exteriores do país, Abbas Araghchi, afirmou que viajará ainda hoje a Moscou para "conversas sérias" com o presidente russo, Vladimir Putin.
