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Israel reivindica morte de comandantes e posta vídeo; Irã cita 400 mortes

do UOL

Do UOL*, em São Paulo

21/06/2025 12h07Atualizada em 21/06/2025 13h36

Novo balanço divulgado neste sábado (21) pelo Ministério da Saúde iraniano diz que os ataques israelenses mataram mais de 400 pessoas, a maioria civis, desde o início da guerra em 13 de junho. Israel anunciou hoje ter matado três comandantes do braço internacional da Guarda Revolucionária do Irã, mas isso não foi confirmado por autoridades iranianas.

O que aconteceu

"Ataques israelenses causaram a morte de mais de 400 iranianos e 3.056 ficaram feridos por mísseis e drones". A mensagem do porta-voz do Ministério da Saúde, Hossein Kermanpour, foi postada na rede social X. Ataques de retaliação iranianos teriam deixado pelo menos 25 mortos em Israel, segundo autoridades israelenses.

Israel afirmou que matou três comandantes da Guarda Revolucionária e postou vídeo do ataque. O Exército israelense anunciou que matou, em um ataque noturno, o comandante Said Izadi, responsável pela coordenação com "a organização terrorista Hamas", Aminpour Joudaki, que supostamente comandou "centenas" de ataques com drones contra Israel, e Behnam Shahriyari, comandante da Força Quds. Além disso, quatro combatentes foram mortos em ataque a centro de treinamento em Tabriz, informou a agência de notícias Isna.

A Força Aérea Israelense bombardeou hoje a instalação nuclear iraniana de Isfahan. O local, onde fica uma das maiores usinas de enriquecimento de Urânio do país, já havia sido atacado no dia 13 de junho. "Dois locais de produção de centrífugas" foram atacados na "segunda onda de ataques", disse uma fonte militar à AFP, que pediu anonimato.

AIEA confirma que centrífugas utilizadas para enriquecer urânio foram atingidas. A Agência Internacional de Energia Atômica disse que novos bombardeios israelenses atingiram as instalações nucleares de Isfahan, no centro do Irã.

Não há risco de vazamento de radiação. "Conhecemos bem esta instalação. Não havia material nuclear e, portanto, o ataque não terá consequências em termos de radiação" no meio ambiente, afirmou o diretor-geral do organismo da ONU, Rafael Grossi, citado em um comunicado de imprensa.

Guerra entra no nono dia

O Irã também lançou cinco mísseis balísticos hoje no centro de Israel. Interceptações foram vistas no céu de Tel Aviv, com explosões ecoando enquanto os sistemas de defesa israelenses respondiam. Israel diz ainda ter interceptado 40 drones iranianos. Não houve relato de vítimas até o momento.

Israel diz que "bomba atômica foi atrasada em dois ou três anos". Neste sábado, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, disse ao jornal alemão Bild, que a campanha já obteve resultados "muito significativos". "Já atrasamos em pelo menos dois ou três anos a possibilidade de eles terem uma bomba nuclear. Não vamos parar até fazermos todo o possível para eliminar esta ameaça." Os iranianos negam a existência da bomba e o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que o último relatório de sua agência não continha provas de que o Irã estivesse fazendo esforço sistemático para obter uma arma atômica.

Nova rodada de negociações emperra. França, Reino Unido e Alemanha afirmaram na sexta-feira que foi aberta uma via diplomática com o Irã em relação ao seu programa nuclear, mas que Teerã a condicionou ao fim dos ataques de Israel contra seu território.

Israel e Irã trocam ofensivas desde o dia 13 de junho. Israel bombardeou Teerã, capital do Irã, e anunciou ataques a dezenas de instalações de mísseis no oeste do país, alegando que queria impedir o desenvolvimento do programa nuclear iraniano. Israel, porém, é o único país que possui bombas nucleares no Oriente Médio.

No domingo passado, a Guarda Revolucionária do Irã, informou, por meio de comunicado, a morte de oito líderes. São eles: Amir Ali Hajizadeh, Mahmoud Bagheri, Davoud Sheikhian, Mohammad Bagher Taherpour, Mansour Safarpour, Masoud Tayeb, Khosrow Hassani, Javad Jursara e Mohammad Aghajafari.

* com agências internacionais