O extintor de incêndio não funcionou para apagar o fogo que resultou no acidente de balão em Santa Catarina que deixou oito mortos e 13 feridos, disse o advogado da empresa responsável Sobrevoar, Clovis Raupp Scheffer, em entrevista ao UOL News de hoje.
Nesse caso, é um caso excepcional, surgiu o fogo, ele [piloto] tentou apagar, ele tentou com o extintor e o extintor acabou não funcionando também, pelo relato dele, e acabou acontecendo essa tragédia.
Clovis Raupp Scheffer
O chefe da Polícia Civil catarinense, delegado-geral Ulisses Gabriel, afirmou que o piloto do balão, Elvis de Bem Crescêncio, contou em interrogatório hoje que tentou utilizar o extintor, mas o equipamento falhou.
"Ele apresentou uma versão a respeito dos fatos. Disse que o incêndio teria começado na base do cesto, onde teria algum pano, alguma coisa. E teria começado através de um botijão de gás reserva que fica no local. O extintor de incêndio não funcionou e ele não conseguiu apagar este princípio de incêndio", disse o chefe da Polícia Civil, em entrevista coletiva no fim da tarde.
A Polícia Civil investiga agora se o piloto do balão teria esquecido de apagar um maçarico usado durante o voo. Além do piloto, outros cinco sobreviventes foram ouvidos pelos investigadores hoje. O inquérito ficará sob responsabilidade do delegado de Santa Rosa do Sul (SC), Rafael Chiara.
"Já temos documentos que indicam autorização de voo do balão e de funcionamento da empresa. Vamos fazer ainda levantamentos sobre as condições do balão e as condições de tempo, se eram adequadas para que ocorresse um voo nesta manhã", afirmou Gabriel. Segundo ele, havia "muito vento" na região.
Ainda de acordo com o delegado, a aeronave não estava com excesso de peso. Para que o balão levantasse voo, estavam permitidos até 27 passageiros ou até 2.785 kg.
Das 21 pessoas que estavam no balão, 18 vivem em Santa Catarina, duas no Rio Grande do Sul e uma em São Paulo.
O responsável pela delegacia do município de Praia Grande, no sul de Santa Catarina, onde ocorreu o acidente, Tiago Luiz Lemos, contou que o piloto percebeu o início do incêndio e fez a manobra para tentar pousar. Neste momento, os 13 sobreviventes pularam do balão. Quatro das vítimas morreram carbonizadas ao não conseguir sair.
O advogado da empresa ressaltou que a Sobrevoar segue todas as regulamentações e normas de seguranças pedidas, e o piloto é bastante experiente e orientou os passageiros como de costume.
A Sobrevoar procura estar dentro de todos os parâmetros, todas as normativas, as regulamentações que surgem. E o Elvis é um piloto experiente, piloto já com mais de 700 horas de voo, sempre buscando se aperfeiçoar, buscando seus cursos, enfim.
Então, no início do voo, ele colocou isso também durante o depoimento, ele passou pra nós a informação de que antes do voo, do início do voo, eles passam algumas regras de segurança e que eles seguem durante o voo.
Clovis Raupp Scheffer
Empresa responsável pelo balão, a Sobrevoar Serviços Turísticos suspendeu as operações por tempo indeterminado, "em respeito às vítimas, seus familiares e à comunidade" e disse que nunca havia registrado acidentes.
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