Topo

Japão planeja corte mais profundo nas vendas de títulos superlongos, sem previsão de recompra imediata

20/06/2025 07h58

Por Makiko Yamazaki

TÓQUIO (Reuters) - O governo do Japão planeja reduzir as vendas programadas de títulos superlongos mais do que o inicialmente planejado em uma revisão de seu programa de emissão de títulos para o ano fiscal atual, segundo um documento divulgado pelo Ministério das Finanças.

A revisão do plano anual de emissão, juntamente com a decisão do Banco do Japão, nesta semana, de desacelerar a compra de títulos a partir do próximo ano fiscal, reflete os esforços das autoridades para acalmar as preocupações do mercado após o aumento dos rendimentos dos títulos superlongos para níveis recordes no mês passado.

O plano de emissão revisado foi apresentado aos dealers primários, ou instituições financeiras que atuam como formadores de mercado, para discussão em uma reunião nesta sexta-feira.

Um funcionário do Ministério das Finanças disse a repórteres após a reunião que o ministério não está no processo de implementar recompras de títulos superlongos emitidos no passado a taxas de juros baixas.

O governo não descartará a possibilidade futura de considerar recompras, mas a demanda e a viabilidade de tais operações terão de ser discutidas se tal medida for tomada, disse a autoridade.

No plano de emissão revisado, o governo reduzirá as vendas de títulos do governo japonês de 20 anos em 1,8 trilhão de ienes (US$12,38 bilhões), para 10,2 trilhões de ienes no ano que se encerra em março, enquanto as vendas de títulos de 30 anos serão reduzidas em 900 bilhões de ienes e as vendas de 40 anos em 500 bilhões de ienes, de acordo com o documento.

Isso significa que, a partir do próximo mês, as vendas de títulos de 20 anos serão reduzidas em 200 bilhões de ienes em cada leilão, maior do que a redução de 100 bilhões de ienes mostrada no documento preliminar visto pela Reuters na quinta-feira.

O corte planejado para os títulos de 20 anos foi maior para refletir as opiniões dos participantes do mercado, disse o funcionário do ministério.

O total de vendas de títulos para o ano até março deverá cair em 500 bilhões de ienes, para 171,8 trilhões de ienes, já que as reduções no prazo superlongo serão parcialmente compensadas pelo aumento da emissão de notas de prazo mais curto.