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Contaminação de córrego no Entorno do DF está 3 vezes acima do padrão

20/06/2025 15h47

No ponto anterior ao lixão, os parâmetros encontrados estavam dentro do que regulamenta o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

Porém, no primeiro ponto após o local do desmoronamento dos resíduos sólidos, os dados coletados mostraram contaminação três vezes maior do estabelecido pelo Conama. No que diz respeito aos sólidos totais dissolvidos, por exemplo, o valor foi de 1.580 miligramas por litro (mg/L), enquanto o recomendado pelo colegiado consultivo é de no máximo 500 mg/L.

"A detecção desses sólidos totais é um forte indicativo da presença de metais pesados, que são característicos do chorume. De modo geral, alguns metais pesados comuns em chorume são mercúrio, chumbo e cádmio, por exemplo", diz a publicação.

O laboratório da Semad-GO investiga a concentração elevada de sulfato, nitrato, nitrito e fosfato na água superficial, o que pode indicar poluição e representar riscos para a saúde de quem consome e para o ecossistema aquático.

A Secretaria de Meio Ambiente planeja, também, a contratação de um laboratório externo que diferencia os metais pesados presentes.

Embargo do lixão

Na tarde dessa quinta-feira (19), após visita técnica ao local, a secretaria estadual determinou o embargo do empreendimento e, com isso, novos carregamentos de resíduos sólidos não estão autorizados a serem depositados no local. "A Semad entende que o desmoronamento de uma montanha de lixo e a contaminação do córrego Santa Bárbara (afluente do rio do Sal) são fatos novos que justificam a medida", diz a publicação.

A pasta destacou que uma liminar judicial concedida pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1), em Goiás, permitiu a reabertura do aterro sanitário que operava sem licença ambiental válida.

De acordo com a Semad-GO, a empresa Ouro Verde não apresentou aos órgãos competentes estudos ambientais exigidos por lei, além do lixão estar instalado em área de preservação permanente. Até o desmoronamento do lixo, sete autos de infração e embargos administrativos tinham sido emitidos pela secretaria.

O empreendimento é alvo, também, da atuação do Ministério Público de Goiás e do Ministério Público Federal do Estado de Goiás.

A Agência Brasil tenta contato com a empresa Aterro Ouro Verde, responsável pelo aterro sanitário de Padre Bernardo, e está aberta a manifestações.