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Trump aprova plano de ataque ao Irã, mas espera aceno do país, diz WSJ

Donald Trump - Reprodução
Donald Trump Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

18/06/2025 19h16Atualizada em 18/06/2025 22h51

O presidente dos EUA, Donald Trump, aprovou ontem à noite os planos de ataque ao Irã, mas aguarda se Teerã vai sinalizar que abrirá mão do seu programa nuclear, segundo fontes do Wall Street Journal.

O que aconteceu

Um dos possíveis alvos no Irã é a instalação de enriquecimento de urânio de Fordow. Especialistas disseram ao WSJ que a instalação fica localizada em área de difícil acesso e que apenas bombas mais potentes poderiam afetá-la.

Trump participou hoje de uma nova reunião na sala de situação da Casa Branca. Antes do encontro, ele afirmou que a reunião com os conselheiros de segurança nacional era necessário para abordar opções no conflito entre Irã e Israel, divulgou a CNN Internacional. A Casa Branca comunicou apenas a conclusão da reunião nesta noite (horário de Brasília), mas não informou quanto tempo durou, nem se houve alguma decisão.

Ministro diz que ações de Teerã são apenas em legítima defesa e que o país "continua comprometido com a diplomacia". Abbas Araghchi, chefe das Relações Exteriores do Irã, declarou que, apesar dos ataques sofridos, o país retaliou somente Israel e não as nações que ajudam e incentivam os israelenses.

Araghchi também acusou o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, de "fabricar essa guerra para destruir a diplomacia". Em publicação no X, ele afirmou que "o Irã continuará a exercer seu direito à autodefesa, com orgulho e bravura" e que fará "o agressor se arrepender e pagar por seu grave erro".

Altos funcionários dos EUA se preparam para a possibilidade de um ataque ao Irã nos próximos dias. A informação foi divulgada nesta noite pela Bloomberg News, baseada em pessoas familiarizadas com o assunto. Algumas das fontes falaram em possíveis planos para um ataque já no próximo fim de semana. Porém, a reportagem destacou que a situação está em andamento e ainda pode ser alterada.

Khamenei x Trump

Hoje, o aiatolá Ali Khamenei respondeu Trump, afirmando que qualquer intervenção norte-americana "terá consequências sérias e irreparáveis". Durante um pronunciamento à nação, o líder supremo do Irã disse que "iranianos não respondem bem à linguagem da ameaça" e afirmou que Israel será "punido pelos seus erros".

Na tarde de ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, havia ameaçado Khamenei. "Sabemos exatamente onde se esconde o chamado 'Líder Supremo'. É um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos tirá-lo (matá-lo!), pelo menos por enquanto", escreveu Trump em sua rede Truth Social, pouco tempo depois de pedir a "rendição incondicional" do Irã.

No final da manhã de hoje, Trump se recusou a dizer se os EUA vão atacar o Irã. "Há uma grande diferença entre agora e uma semana atrás", disse Trump aos repórteres do lado de fora da Casa Branca. "Posso fazer isso, posso não fazer isso. Quer dizer, ninguém sabe o que eu vou fazer."

O presidente dos EUA afirmou, sem entrar em detalhes, que o Irã havia proposto ir à Casa Branca conversar. Ele descreveu o Irã como totalmente indefeso e sem qualquer tipo de defesa aérea.

Após dizer ontem que sua paciência estava se esgotando, Trump declarou hoje que ela "já se esgotou". Depois, quando questionado se era tarde demais para negociar, o presidente afirmou que "nada é tarde demais".

EUA retiraram diplomatas e familiares da embaixada em Israel. Duas fontes afirmaram à agência de notícias Associated Press hoje que um avião do governo norte-americano levou os diplomatas após os pedidos deles. Não há informações de quantos deixaram o país.

Entenda o conflito

Israel e Irã estão em conflito desde sexta-feira (13). Israel bombardeou Teerã, capital do Irã, e anunciou ataques a dezenas de instalações de mísseis no oeste do país alegando que queria "prevenir um holocausto nuclear". Israel, porém, é o único país que possui bombas nucleares no Oriente Médio.

Houve 585 mortes no lado iraniano e 24 no israelense. No Irã, os números incluem os comandantes da Guarda Revolucionária e do Estado-Maior do Exército, além de nove cientistas do programa nuclear. Os dados são da ONG americana Human Rights Activists.

Durante o ataque de ontem, o Irã afirmou ter usado um míssil novo. A informação, segundo a agência de notícias Fars, foi passada por um porta-voz do Ministério da Defesa.

Israel também fez novos ataques ao Irã. Segundo o exército, foram atingidas "dezenas de infraestruturas de armazenamento e lançamento de mísseis terra-terra", assim como lançadores de mísseis terra-ar e depósitos de drones no oeste do Irã.

Estados Unidos mobilizaram caças e porta-aviões para o Oriente Médio. O envio do material bélico aconteceu no dia em que Donald Trump pediu a rendição incondicional de Khamenei e afirmou que sabia o paradeiro dele.

(Com AFP e Reuters)