Topo

Trump dá 'ultimato definitivo' e incentiva Netanyahu a manter guerra

do UOL

Do UOL, em São Paulo

18/06/2025 15h48Atualizada em 18/06/2025 20h52

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse hoje que pediu ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que continue atacando o Irã. O conflito chegou ao quinto dia com ao menos 585 mortes no lado iraniano e 24 no lado israelense.

O que aconteceu

Trump afirmou que fala com Netanyahu todos os dias. "Eu disse: 'continue'. [...] Falo com ele todos os dias. Ele é um bom homem, está fazendo muita coisa", respondeu a jornalistas na Casa Branca.

Ele também afirmou que deu um "ultimato definitivo" ao Irã. "Pode-se dizer que sim", disse o presidente, ao ser questionado se havia dado um ultimato. "Talvez se possa chamar de ultimato, o ultimato definitivo, certo?", acrescentou.

O presidente dos EUA não descartou uma participação mais direta dos EUA no conflito. "Talvez eu faça, talvez não. Quer dizer, ninguém sabe o que vou fazer".

Horas depois, a missão iraniana na ONU afirmou que o país não negociará sob coação. "O Irã não negocia sob coação, não aceitará a paz sob coação e certamente não com um belicista decadente que se apega à relevância. O Irã responderá a qualquer ameaça com uma contra ameaça e a qualquer ação com medidas recíprocas", diz o post no X.

Após a fala de Trump, o governo iraniano convocou a embaixadora da Suíça no país. Nadine Lozano, que também age como representante dos EUA no Irã, foi convocada ao Ministério das Relações Exteriores. Na última sexta-feira (13), primeiro dia do conflito, ela já havia sido chamada para falar sobre os ataques israelenses.

Ontem, Trump já havia ameaçado o Irã. "Sabemos exatamente onde o chamado 'Líder Supremo' está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos matá-lo, pelo menos não por enquanto. Mas não queremos mísseis disparados contra civis ou soldados americanos. Nossa paciência está se esgotando", escreveu na Truth Social.

Entenda o conflito

Israel e Irã estão em conflito bélico desde sexta-feira. Israel bombardeou Teerã, capital do Irã, e anunciou ataques a dezenas de instalações de mísseis no oeste do país alegando que queria "prevenir um holocausto nuclear". Israel, porém, é o único país que possui bombas nucleares no Oriente Médio.

Desde sexta-feira, 585 mortes foram registradas no lado iraniano e 24 no lado israelense. No Irã, os números incluem os comandantes da Guarda Revolucionária e do Estado-Maior do Exército, além de nove cientistas do programa nuclear. Os dados são da ONG americana Human Rights Activists.

Estados Unidos mobilizaram caças e porta-aviões para o Oriente Médio. O envio do material bélico aconteceu no dia em que Donald Trump pediu a rendição incondicional de Khamenei e afirmou que sabia o paradeiro dele.

Hoje, o Irã voltou a atacar Israel com mísseis. A Guarda Revolucionária iraniana também pediu para os israelenses escolherem entre morte lenta em bunkers ou fuga do território.

Irã afirmou que esta é a 12ª onda de ataques contra Israel. A ação, segundo o Irã, inclui o uso de artefatos de longo alcance, mísseis balísticos superpesados e o míssil Sejjil —que tem dois estágios de disparos.