A fragilidade na relação entre Brasil e Paraguai ficou ainda mais exposta com o caso de espionagem revelado com exclusividade pelo UOL, avaliou o colunista Ronilso Pacheco na edição de hoje do UOL News.
Documentos inéditos produzidos pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) mostram que a agência executou uma das fases da operação de espionagem contra o Paraguai às vésperas de uma viagem de Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, ao país.
Primeiro, há uma fragilidade na relação entre os dois países. Há um agravante nesse contexto, porque nada é isolado. Politicamente, o Paraguai tem um alinhamento maior com os Estados Unidos do que o Brasil.
Embora o processo tenha iniciado no governo Bolsonaro, a continuidade dessa espionagem no governo Lula é difícil. Se duas pessoas cometeram o mesmo crime e uma delas conseguiu escapar e a outra está no meio do flagrante, ela estará no foco. Nesse momento, o Brasil está no centro do debate. Ronilso Pacheco, colunista do UOL
Para Ronilso, o caso pode ultrapassar as fronteiras entre Brasil e Paraguai e envolver até os Estados Unidos, uma vez que o governo paraguaio está mais alinhado à gestão de Donald Trump.
As implicações políticas são, sobretudo, a fragilidade nas relações entre Brasil e Paraguai. É uma espionagem pura e simplesmente por interesses econômicos, usando um processo de hack para invadir sistema, algo totalmente outsider de um contexto de um conflito mais acirrado.
Também há o contexto geopolítico de cada um, tendo os EUA como referência, e como a dimensão desse processo pode se estender. Ronilso Pacheco, colunista do UOL