Carla: Uso da Abin para perseguição política revela gravidade do caso
O uso da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para a perseguição política a adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apontado em investigação feita pela PF (Polícia Federal), revela a gravidade do caso, resumiu a colunista Carla Araújo durante o UOL News, do Canal UOL.
É muito grave, porque são funcionários públicos usando o aparato púbico de uma agência que é do estado. Evidentemente, a agência fará monitoramentos e usará informações, mas o objetivo final da Abin é uma política de estado e não para projetos e inimigos políticos. Carla Araújo, colunista e chefe da sucursal do UOL em Brasília
A Polícia Federal identificou que um grupo de disseminadores de notícias falsas, classificados como integrantes do chamado "gabinete do ódio" de Bolsonaro, continuou produzindo dossiês e espalhando informações distorcidas ainda no ano de 2024, contra integrantes do atual governo do presidente Lula (PT).
Investigadores encontraram diálogos entre dois integrantes do gabinete do ódio que demonstram a produção de informações falsas contra integrantes do atual governo, incluindo o ex-ministro da Comunicação Social Paulo Pimenta.
Então, esse caso foge do escopo do que é a finalidade da agência. Acontece que esses servidores contaminados continuaram produzindo relatórios com finalidades políticas. Então, a segurança cibernética é superatacada. É para isso que os órgãos de inteligência servem. Não para fazer dossiês políticos, não para fazer perseguição política, muito menos para fazer a disseminação de fake news.
Então, a gravidade do uso da estrutura do estado, nesse caso, é o desvio da finalidade de uma agência que tem um papel para defesa do país. Carla Araújo, colunista e chefe da sucursal do UOL em Brasília
'Em Israel, ninguém ousa criticar ataques contra Irã'
No UOL News, o professor brasileiro João Miragaya, que mora atualmente em Tel Aviv, disse hoje que há "apoio consensual" dos israelenses em relação aos ataques feitos pelo país contra o Irã. Segundo ele, caso os objetivos de Israel sejam concluídos com sucesso, a guerra poderá melhorar ainda a popularidade do governo de Benjamin Netanyahu.
[Em Israel,] há um apoio popular muito grande ao ataque ao Irã. É um apoio consensual. Ainda não há pesquisas, mas a gente pode julgar pelo comportamento das pessoas nas redes sociais ou pelo apoio das lideranças de partidos, inclusive os de oposição. Ninguém ousa criticar o ataque ao Irã.
As pessoas deram um tempo ao Netanyahu. Esse apoio vai se manter e, talvez, se transforme também em um apoio ao governo (que, hoje em dia, é muito impopular), caso os objetivos de Israel —a eliminação do programa nuclear iraniano— sejam concretizados. João Miragaya, mestre em história na Universidade de Tel Aviv
Israel iniciou uma série de ataques contra o Teerã, capital do Irã, na última sexta-feira (13). A ação foi classificada por autoridades israelenses como "ataque preventivo" em uma "ameaça iminente". O bombardeio atingiu usinas nucleares e instalações de mísseis e matou dois líderes militares do Irã. O país respondeu com o envio de mais de cem drones.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou em um vídeo publicado nas redes sociais que o objetivo dos recentes ataques ao Irã é "frustrar a ameaça nuclear e de mísseis balísticos do regime islâmico contra nós". Ele frisou ainda que a luta de Israel não é contra o povo iraniano, mas contra o regime do país.
Os ataques israelenses já mataram pelo menos 224 pessoas e feriram mais de 1.200 no Irã, segundo o Ministério da Saúde iraniano no domingo. Em Israel foram 14 mortes, conforme autoridades locais. Ainda não há uma nova atualização.
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