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Primeiro-ministro da Eslováquia questiona permanência na Otan

17/06/2025 22h14

O primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, defensor de uma reaproximação com a Rússia, ameaçou sair da Otan se a aliança militar decidir por um forte aumento dos gastos com defesa na cúpula marcada para a próxima semana.

Os países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reúnem na próxima semana em Haia para discutir e presumivelmente aprovar um aumento do gasto militar, como reivindica o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Mas Fico, que lidera uma coalizão de governo nacionalista de três partidos, afirmou que o seu país, de 5,4 milhões de habitantes e vizinho da Ucrânia, não "tem os meios" para bancar esse aumento nos gastos.

A Eslováquia, que integra a aliança transatlântica e a União Europeia desde 2004, destina 2% do seu PIB à defesa, mas Trump pressiona os aliados europeus para elevar esse percentual para 5%.

"É completamente absurdo" gastar tanto em defesa, disse Fico, que comparou a organização a um clube de golfe.

Para ele, a escolha é "simples": ou a Eslováquia pode destinar esse gasto suplementar "como achar conveniente, especialmente para projetos de uso civil e militar como hospitais ou estradas, ou abandonamos a Otan", afirmou.

Desde que voltou ao poder em outubro de 2023 à frente de uma coalizão nacionalista de três partidos, Fico suspendeu a ajuda militar à vizinha Ucrânia e passou a defender negociações de paz.

Ele também se distanciou de Bruxelas e passou a fomentar uma melhora nas relações com o presidente russo Vladimir Putin, embora não tivesse criticado até agora a presença da Eslováquia na Otan.

A oposição classificou suas declarações como "escandalosas" e o presidente eslovaco e aliado de Fico, Peter Pellegrini, também criticou duramente essa fala.

"Nossa neutralidade será várias vezes mais cara que nossa permanência na Otan", disse.

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© Agence France-Presse