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Ela teve fratura brincando de cabo de guerra: 'Minha mão foi esmagada'

Erica se preparando para a cirurgia e, à direita, os dispositivos inseridos pelos médicos - Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis
Erica se preparando para a cirurgia e, à direita, os dispositivos inseridos pelos médicos Imagem: Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis
do UOL

Giovanna Arruda

Colaboração para o UOL

17/06/2025 05h30

O que era para ser uma brincadeira inocente de cabo de guerra acabou em uma cirurgia na mão para colocação de 15 parafusos e duas placas. Erica Assis, 36, contou em seu perfil no Instagram que sofreu um acidente enquanto participava da brincadeira. Ao enrolar a mão na corda, ela teve múltiplas fraturas e precisou passar por uma cirurgia. O caso, que aconteceu em abril, viralizou nas redes sociais.

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Brincadeira virou caso de emergência

O episódio aconteceu durante um evento na escola da filha de Erica, em Brasília, no dia 12 de abril. A assessora contou que era a primeira vez que ela brincava de cabo de guerra, e que foi orientada a enrolar a mão na corda. Ao iniciar a brincadeira, o movimento torceu o membro.

O adversário puxou de lá, meu time puxou de cá, e minha mão foi esmagada no meio da corda.
Erica Assis

Ao UOL, ela diz que sentiu a dor imediatamente. "No momento que a corda esticou, já senti a dor. Quando deixava minha mão parada, não sentia tanta dor. Mas, quando mexia, doía. A mão inchou depois de um tempo", relembra.

A equipe da escola auxiliou Erica chamando os bombeiros, que a levaram para o hospital. "Os bombeiros informaram as enfermeiras o que tinha ocorrido e logo fui chamada. A médica fez a avaliação clínica e me mandou para o raio-x. Ela percebeu que algo estava estranho quando eu fechava a mão".

Além de Erica, outra mãe também se machucou da mesma forma na brincadeira. No entanto, o caso da segunda mulher foi mais leve, apenas uma luxação. Segundo Erica, não houve a participação dos alunos na brincadeira. "Somente os adultos brincaram de cabo de guerra, nenhuma criança se machucou".

A assessora ressalta o cuidado necessário durante a brincadeira. "Eu tô rindo agora, mas não deixa de ser um alerta. Se for brincar de cabo de guerra, não enrole a mão na corda!", escreveu.

Erica mostra a cicatriz por conta da cirurgia realizada na mão esquerda e garante estar bem - Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis - Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis
Erica mostra a cicatriz por conta da cirurgia realizada na mão esquerda e garante estar bem
Imagem: Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis

Antes de propor uma brincadeira, pesquisem sobre as formas corretas de conduzi-la, o que pode ou não ser feito. Mesmo com todos os cuidados, acidentes ainda podem acontecer, por isso, é preciso ser o mais precavido possível Erica Assis

Uma cirurgia, 15 parafusos e duas placas

Após fazer os exames de imagem, ela foi informada de que precisaria de uma cirurgia. Marcos Vinicius Muniz Lemos Souto, ortopedista, traumatologista e especialista em cirurgião de mão e microcirurgia, foi o responsável pelo caso de Erica.

Segundo ele, os movimentos da brincadeira, aparentemente inofensivos, provocaram as lesões. Como Erica enrolou a mão na corda, a compressão e a força aplicada pelos times envolvidos no cabo de guerra comprimiram e giraram a mão, torcendo os fragmentos.

Ao UOL, Souto explicou que a paciente teve múltiplas fraturas. "[Houve] fratura metadiafosária do 4º e 5º metacarpos e da falange proximal do 5º dedo".

Imagens mostram as fraturas na mão de Erica - Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis - Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis
Imagens mostram as fraturas na mão de Erica
Imagem: Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis

Além das fraturas, houve também desvio rotacional dos dedos. "Devido à complexidade do caso, optamos pela fixação com placa e parafuso nos metacarpos e fio de Kirschner [popularmente conhecido como pino] na falange proximal do 5º dedo", explica o especialista. Erica recebeu então 15 parafusos, 2 placas e 2 fios de Kirschner —estes últimos foram retirados cerca de um mês depois da cirurgia.

O especialista explica que a intervenção busca um alinhamento ósseo mais anatômico possível. Ainda segundo o Souto, a cirurgia melhora o prognóstico do paciente, mas a recuperação é multifatorial. "A cirurgia é uma etapa do tratamento. Sempre falo para meus pacientes que a recuperação é um processo", diz.

À esquerda, a mão de Erica, inchada, após o acidente. À direita, após a cirurgia, ainda com os pontos - Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis - Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis
À esquerda, a mão de Erica, inchada, após o acidente. À direita, após a cirurgia, ainda com os pontos
Imagem: Reprodução/Instagram/@ericaa_ssis

Segundo Erica, sua recuperação está correndo de forma tranquila. "Quase não tive dor [depois da cirurgia], comprei remédios e nem sequer abri. Fiz 10 sessões de fisioterapia e já recebi alta. Meus ossos já estão quase consolidados e tenho dois meses de cirurgia, foi tudo muito rápido", diz. Em seu relato nas redes sociais, ela afirma que já consegue abrir e fechar a mão lesionada. "Está tudo bem, no mesmo dia eu já estava rindo. Levei um susto, não imaginei que ia precisar de uma cirurgia, achei que eles [os médicos] iam botar [os ossos] no lugar e pronto".

A assessora se diz surpresa com a proporção que seu caso tomou nas redes sociais. Segundo ela, os stories em que conta o episódio somam mais de 103 mil visualizações.