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Suspeito de matar deputada democrata nos EUA visitou casa de outros parlamentares

Vance Boelter foi preso por suspeita de ter assassinado a deputada democrata Melissa Hortman - Ramsey County Sheriff"s Office / Reuters
Vance Boelter foi preso por suspeita de ter assassinado a deputada democrata Melissa Hortman Imagem: Ramsey County Sheriff's Office / Reuters

16/06/2025 18h30Atualizada em 16/06/2025 20h34

Por Nathan Layne

MINNEAPOLIS, Minnesota (Reuters) - O suspeito acusado de assassinar uma deputada de Minnesota e atirar em outro parlamentar neste fim de semana dirigiu até a casa de pelo menos quatro políticos do Estado como parte de uma série de assassinatos planejados, disseram autoridades dos Estados Unidos nesta segunda-feira.

Vance Boelter, de 57 anos, foi preso na noite de domingo após dois dias de buscas. Ele enfrenta acusações estaduais e federais de assassinato.

Boelter é acusado de atirar fatalmente contra Melissa Hortman, principal democrata da Câmara de Minnesota, e seu marido Mark, na casa deles no sábado. Boelter também é acusado de atirar contra e ferir o senador estadual John Hoffman, um democrata, e sua esposa Yvette na residência do casal, a alguns quilômetros de distância.

Os promotores disseram nesta segunda-feira que Boelter, disfarçado de policial, visitou a residência de outros dois parlamentares em busca de mais alvos. Os investigadores disseram ter recuperado cadernos em seu carro e em sua residência com os nomes de dezenas de parlamentares democratas, além de defensores do direito ao aborto.

Eles também revelaram que o suspeito enviou uma mensagem de texto para sua família horas após os disparos, que dizia em parte: "Papai foi para a guerra ontem à noite".

Os cadernos mostram que Boelter havia planejado os ataques já há algum tempo. Ele tinha os nomes e, em alguns casos, os endereços de mais de 45 autoridades eleitas, "a maioria ou todos democratas", de acordo com um depoimento.

Os assassinatos ocorrem em um contexto de crescente violência política nos Estados Unidos, em uma era de extrema polarização social e política.

No ano passado, o presidente norte-americano, Donald Trump, foi alvo de duas tentativas de assassinato durante sua campanha eleitoral, incluindo em um comício na Pensilvânia que feriu sua orelha e deixou um participante morto. Em abril, um homem invadiu a casa do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e a incendiou enquanto Shapiro e sua família dormiam.

Boelter fez uma breve aparição no tribunal federal de St. Paul nesta segunda-feira para enfrentar, entre outras acusações, a de assassinato, que podem resultar em pena de morte. Usando um macacão laranja, ele disse ao juiz que entendia as acusações contra ele e permaneceu calmo durante a audiência de 15 minutos.

Ele não apresentou uma declaração de defesa e retornará ao tribunal em 27 de junho. Matthew Deates, advogado nomeado pelo tribunal para Boelter, não fez comentários após a audiência. Boelter também enfrenta acusações separadas de assassinato no condado de Hennepin.

A senadora Amy Klobuchar, de Minnesota, compartilhou nas redes sociais uma mensagem de texto de Yvette Hoffman no domingo, que dizia que seu marido havia sido baleado nove vezes, enquanto ela foi baleada oito vezes.

"Nós dois temos muita sorte de estarmos vivos", escreveu Yvette Hoffman. "Estamos arrasados e devastados pela perda de Melissa e Mark".

(Reportagem de Nathan Layne em Minneapolis; reportagem adicional de Brendan O'Brien, Sarah N. Lynch, Leonardo Benassatto e Patrick Wingrove)