Drones e cães farejadores: Como polícia achou assassino de deputada nos EUA

A prisão do suspeito de matar uma deputada e o marido dela nos Estados Unidos é considerada a maior caçada no estado de Minnesota e contou com a ajuda de equipes de polícia local, do FBI, da Swat e até de um civil.
O que aconteceu
Uma pessoa procurou a polícia para denunciar que uma câmera de caçada fotografou Vance Bolter, 57. O equipamento, que é ativado por movimento, estava em uma região isolada perto da cidade de Green Isle, onde o homem morou com a esposa e os filhos.
Swat confirmou que o homem fotografado era Vance e começou varreduras na região. Com drones e cães farejadores, eles procuraram por Boelter em uma área de 1,6 km² ao redor do local onde a fotografia foi tirada.
Homem foi encontrado por um policial durante a busca. Ele fugiu se arrastando por uma região de arbustos e um drone foi usado para monitorar o seu movimento até ele ser efetivamente detido.
Ao ser abordado pela polícia após a fuga, Vance se rendeu. Ele estava armado, mas não reagiu, segundo a polícia. Ao todo, ele foi procurado por 43 horas, segundo a polícia norte-americana.
Ele foi acusado de assassinato em segundo grau. A suspeita da polícia é de que o homem planejava, além de matar políticos, fazer um ataque contra manifestantes que iriam às ruas protestar contra Trump no sábado. Todos os eventos no estado de Minnesota foram cancelados após o assassinato da deputada.
Relembre o caso
Vance Bolter está foragido desde às 3h35 (horário local) de sábado, quando entrou em confronto com policiais. A polícia o encontrou na casa da deputada estadual democrata Melissa Hortman, que foi assassinada junto de seu marido. Houve troca de tiros, mas ele conseguiu fugir.
Duas horas antes, houve um chamado policial na casa do senador democrata John Hoffman. Ele e a esposa, Yvette Hoffman, foram baleados, passaram por cirurgia e permanecem estáveis.
Carro do suspeito foi peça-chave para investigação. No primeiro veículo usado por ele, a polícia encontrou um manifesto com o nome de várias autoridades. Lista incluía políticos democratas, além de médicos que prestam assistência para mulheres que querem realizar abortos. Ao todo, havia 70 pessoas listadas.
O que se sabe sobre o suspeito Vance Boelter
Vance Bolter trabalhou numa empresa de segurança Praetorian Guard Security. Em sua biografia na empresa, é dito que ele recebeu treinamento militar.
Polícia ainda investiga motivo do crime, porém lista de alvos aponta para motivação política. No rol estavam autoridades do partido democrata e pessoas ligadas ao direito ao aborto das mulheres.
Sites americanos, que citam pessoas próximas a Boelter, dizem que ele era contra direitos LGBTQIA+ e passava por dificuldades financeiras. A rede CNN menciona um vídeo em que o suspeito aparece em uma palestra na República Democrática do Congo, dizendo que as pessoas dos EUA "estavam confusas", pois não sabiam direito sobre suas respectivas orientações sexuais. Isso porque o "inimigo já entrou na mente e na alma deles".
"Ele disse que poderia morrer em breve". Frase foi dita por David Carlson, 59, que é amigo de Boelter e recebeu essa mensagem do suspeito às 6h (horário local) de sábado, dia do ataque aos políticos. Carlson esteve com Boelter na sexta-feira.
Quem foi Melissa Hortman?
Melissa Hortman, 55 integrava a Câmara dos Representantes de Minnesota desde 2004, sempre sendo reeleita a cada dois anos. Representando as cidades de Brooklyn Park e Champlin, a deputada ocupou a presidência desta Câmara de 2019 até 2025. Ela deixa dois filhos.
Hortman era conhecida pelo ativismo em causas ambientais, direitos das mulheres e controles das armas. Parlamentar era formada em ciências políticas, filosofia e direito, com mestrado em administração pública pela Harvard Kennedy School.
Mortes da deputada e de seu marido ocorrem em momento de tensão elevada nos EUA. Governo Federal enviou recentemente solados a Los Angeles para reprimir protestos contra o presidente Donald Trump, realizados em diversas cidades do país no fim de semana.