'Moradores de Teerã vão pagar' por ataques contra Israel, diz ministro

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou hoje que os moradores de Teerã "pagarão o preço" pelos ataques iranianos contra civis. Um novo balanço divulgado hoje afirma que 24 israelenses morreram desde sexta-feira (13) devido à ofensiva iraniana.
O que aconteceu
Hoje, novos mísseis iranianos foram disparados contra várias cidades de Israel. Segundo o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao menos cinco pessoas morreram e 92 ficaram feridas no ataque.
Tel Aviv, Petah Tikva e Bnei Brak foram atingidas pelo bombardeio. Durante a noite, sirenes de alerta também soaram em Jerusalém. A defesa antiaérea foi ativada, mas vários mísseis não foram interceptados.
Os Guardiões da Revolução, a força militar do Irã, afirmaram que o novo ataque foi um sucesso. Eles prometeram operações "ainda mais devastadoras". O Exército iraniano frisou que o ataque desta segunda foi realizado "apesar do apoio total dos Estados Unidos e das potências ocidentais" a Israel.
Por outro lado, Israel afirmou ter atingido centros de comando da Força Qods em Teerã, a unidade de elite dos Guardiões da Revolução responsável por operações externas.
O Exército israelense também disse que destruiu hoje "um terço" dos lançadores de mísseis terra-terra do Irã. Esse tipo de arma é projetada para lançar mísseis a partir da superfície e que têm um alvo também em superfície. "Mais de 50 aviões de combate e outras aeronaves bombardearam e destruíram mais de 120 lançadores de mísseis terra-terra. Isto representa um terço dos lançadores de mísseis terra-terra do regime iraniano", declarou o porta-voz das Forças Armadas, general Effie Defrin, em uma entrevista coletiva.
Desde sexta-feira (13), ao menos 224 iranianos morreram devido à ofensiva israelense, segundo o Ministério da Saúde do Irã. O presidente Massoud Pezeshkian pediu hoje que a população se una e "resista" contra essa "agressão criminosa".
"Não sobrou nada"
Mísseis iranianos já haviam caído na região de Tel Aviv na noite de anteontem para ontem. "Não sobrou nada, nenhuma casa, acabou!", disse Evguenia Doudka, moradora de Bat Yam, cidade costeira atingida pelos bombardeios. "O alarme soou e fomos para o abrigo. De repente, todo o abrigo se encheu de poeira, e foi aí que percebemos o que aconteceu."
Ontem, ataques também atingiram dezenas de alvos em Teerã. Em um prédio residencial, cinco pessoas morreram, segundo a televisão local. O governo iraniano anunciou que mesquitas, estações de metrô e escolas serviriam como abrigos antiaéreos a partir da noite de domingo.
Desde sexta-feira, os três mais altos responsáveis militares do Irã e nove cientistas do programa nuclear iraniano morreram em ataques israelenses. No domingo, longas filas de carros engarrafavam as estradas para sair de Teerã.
Israel lançou uma campanha aérea contra centenas de locais militares e nucleares no Irã na sexta-feira. Segundo o governo israelense, os iranianos se aproximavam de um "ponto sem retorno" na fabricação da bomba atômica.
Teerã é suspeito pelos ocidentais e por Israel de querer fabricar a arma nuclear. O Irã nega e defende seu direito de desenvolver um programa nuclear civil, mas prometeu ontem uma "resposta devastadora" aos ataques israelenses e afirmou que Israel, em breve, "não será mais habitável".
(Com AFP e RFI)