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'Objetivo de Israel com guerra é derrubar regime no Irã', diz professor

do UOL

Do UOL, em São Paulo

16/06/2025 17h50

Com guerra declarada, o objetivo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, é derrubar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, avaliou o professor Carlos Gustavo Poggio, especialista em Relações Internacionais, no UOL News, do Canal UOL.

Isso indica que esta é uma guerra que vai muito além do objetivo limitado de conter as ambições nucleares do Irã e é uma guerra cujo objetivo final é uma mudança de regime, ou seja, em outras palavras, derrubar o atual governo iraniano.

O que não está claro, entretanto, é a chave da sua importante pergunta, ou seja, o que vem depois. Carlos Gustavo Poggio, professor e especialista em Relações Internacionais

Israel realizou uma série de ataques contra o Teerã, capital do Irã, na última sexta-feira (13). A ação foi classificada por autoridades israelenses como "ataque preventivo" em uma "ameaça iminente". O bombardeio atingiu usinas nucleares e instalações de mísseis e matou dois líderes militares do Irã. O país respondeu com o envio de mais de cem drones. Pelo menos 224 pessoas no Irã, e 14 em Israel, morreram nos três dias de confrontos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou em um vídeo publicado nas redes sociais que o objetivo dos recentes ataques ao Irã é "frustrar a ameaça nuclear e de mísseis balísticos do regime islâmico contra nós". Ele frisou ainda que a luta de Israel não é contra o povo iraniano, mas contra o regime do país.

Ao Canal UOL, o professor relembrou outros exemplos de regimes que foram derrubados e o que aconteceu depois.

Se a gente lembrar, por exemplo, da última vez que a gente viu uma potência atuando para mudar o regime de um país, que foi a invasão dos Estados Unidos ao Iraque em 2003, houve uma dificuldade após aquele momento. Ou seja, a guerra em si, a derrubada do Saddam Hussein, não foi uma dificuldade. Uma dificuldade foi o que veio depois.

Nós vimos algo semelhante na Líbia, a queda do [Muammar] Kadhafi. Não foi uma grande dificuldade. A dificuldade é o que veio depois e ainda hoje a Líbia é um estado falido sem um governo central articulado.

A gente tem visto, em certa medida ainda, o que aconteceu na Síria, que ainda não teve o mesmo destino, no sentido de uma desorganização completa. Isso tem até surpreendido. Então, creio que o Netanyahu aposta que o Irã seguiria o caminho mais da Síria. Carlos Gustavo Poggio, professor e especialista em Relações Internacionais

Embaixador de Israel sobre políticos: 'Prioridade é trazer quem convidamos'

No UOL News, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou que parte do grupo de políticos brasileiros convidados pelo governo local para um evento, mas retidos em Tel Aviv devido ao início de bombardeio lançado pelo Irã, deve chegar amanhã ao Brasil. Segundo ele, a prioridade de Israel, neste momento, é trazer de volta quem o país convidou.

A nossa prioridade, neste momento, é ajudar as pessoas que convidamos e estão sob a nossa responsabilidade, responsabilidade do governo israelense. Outras pessoas têm as responsabilidades delas e, da maneira que possível, vamos ajudar. Mas não sabemos quantas pessoas são, onde estão, em que condição. Acredito que a embaixada do Brasil em Tel Aviv deve ter mais informações. Daniel Zonshine, embaixador de Israel no Brasil

Três comitivas brasileiras, formada por prefeitos, secretários e parlamentares, foram convidadas por Israel para participarem de um evento em Tel Aviv. No meio do evento, no entanto, os políticos brasileiros precisaram se abrigar.

Pelo menos doze brasileiros chegaram na manhã de hoje à Jordânia, um país vizinho, onde devem ser resgatados pela FAB (Força Aérea Brasileira). As informações foram confirmadas ao UOL pelo presidente da CMN (Confederação Nacional de Municípios), Paulo Ziulkoski.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. O Canal UOL também está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.

Veja a íntegra do programa: