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REPORTAGEM

Carros mentirosos: 5 modelos que fingem, mas não são o que dizem ser

do UOL

Colunista do UOL

16/06/2025 12h00

Existem modelos por aí que tentam passar uma imagem que não corresponde à realidade. São carros "fakes", verdadeiras ilusões sobre rodas.

Não estou dizendo que são carros ruins, longe disso. Mas é curioso — e até divertido — observar como o marketing às vezes tenta nos convencer de que um automóvel é mais do que realmente é.

Separei aqui cinco exemplos de carros que enganam, seja na aparência, nos equipamentos ou até nas funcionalidades. Vamos a eles:

1. Os esportivos de fachada

São carros com aparência agressiva, aerofólios, saias laterais, rodas grandes? tudo para sugerir um desempenho esportivo. Mas, debaixo do capô, nada além de um motorzinho modesto.

Um exemplo clássico é o Renault Sandero GT Line. Você pode pensar: "Ah, mas ele tem motor 1.6 16V, até que anda bem." Verdade. Só que a Renault lançou, por um período, uma versão com motor 1.0 de três cilindros! Sim, o visual era o mesmo: para-choques invocados, rodas maiores, detalhes pretensamente esportivos... mas a hora que você liga o carro, vem a decepção.

Dirigi um desses e até gostei do carro — é honesto pelo que entrega. Mas vender isso como "GT" é forçar a barra.

2. Os aventureiros que não enfrentam nem uma poça d'água

Outro tipo de carro mentiroso é o "aventureiro de mentira". Aqueles com cara de quem encara trilhas, mas que mal aguentam um buraco na cidade.

Um dos mais emblemáticos é o Chevrolet Spin Active. Lançado por volta de 2014, tentava surfar na onda dos aventureiros, mas era só cosmético: pneus mais largos, plásticos sem pintura, rack no teto... e o cúmulo: o estepe pendurado na traseira, estilo SUV raiz. Mas vamos combinar? O Spin nunca foi aventureiro. Até hoje, nem sei se é uma van, uma perua... mas jeep é que não é!

3. Os equipamentos que só parecem estar lá

Você já viu carro com ar-condicionado com display digital, mas que não é automático? Parece piada, mas aconteceu. O exemplo mais gritante é o do Hyundai HB20, na sua primeira grande reestilização. O modelo anterior tinha ar-condicionado automático de verdade. Já o novo trouxe só um painel digital bonito — mas o funcionamento era 100% manual. Fake total. Só aparência. A Hyundai corrigiu isso mais tarde, felizmente.

E não foi só ela. O Chevrolet Agile também fez algo parecido, com display digital no painel do ar — mas sem qualquer automatização real.

4. Racks de teto que não servem para nada

Essa é outra enganação que me incomoda: os racks decorativos. Eles estão lá, em cima do carro, sugerindo que você pode prender um bagageiro, uma prancha ou uma bicicleta. Só que... não pode!

A Fiat é campeã nesse quesito. A Palio Weekend Adventure Locker trazia um rack todo estiloso, aerodinâmico até, mas era puramente visual. Não dava para prender nada ali. A Fiat Idea Adventure Locker seguiu o mesmo caminho. Ou seja: só servia para compor o visual "aventuresco". De funcional, nada.

5. Os escapamentos de mentira

Por fim, falo sobre os tais escapamentos falsos, um truque que virou moda. Você olha para o carro e vê duas ponteiras cromadas, imponentes, no para-choque traseiro... mas elas não estão conectadas a nada. O escapamento de verdade fica escondido, saindo por baixo do carro, todo tímido.

O primeiro que lembro com esse truque foi o Fiat Stilo, após uma reestilização. Mas o caso mais recente que me chamou atenção foi o da Mercedes-Benz C180. Carro lindíssimo, acabamento primoroso, design impecável... e escapamento fake. É de desanimar.