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'Até brócolis parecia vilão', relembra Mariana Goldfarb sobre anorexia

do UOL

De VivaBem, em São Paulo

10/06/2025 05h30

A modelo e nutricionista Mariana Goldfarb tinha apenas 4,5% de gordura no corpo, mas o que via ao se olhar no espelho não era magreza. "Eu achava que tinha que estar cada vez mais magra, nunca era o suficiente", relembra ela, no sétimo episódio da nova temporada do "Conexão VivaBem", apresentado por Flávia Alessandra no Canal UOL.

No início de sua carreira, Mariana foi diagnosticada com anorexia, um distúrbio alimentar em que as pessoas têm uma imagem distorcida de si mesmas e podem se sentir gordas, mesmo se estiverem perigosamente abaixo do peso.

A modelo contou que recebia elogios na rua e nas redes sociais, mas nos bastidores estava "profundamente doente".

"As pessoas queriam ter aquele corpo, mas eu estava 'dando de teto' na academia, porque não conseguia fazer nenhuma atividade física intensa sem passar mal, porque obviamente eu não tinha recurso ou nutrição para aguentar", afirma ela. "Isso não pode ser glamourizado nem ser objeto de desejo".

Por falta de conhecimento sobre o transtorno, Mariana diz que também acabou fomentando a ideia de um "corpo irreal" em suas redes sociais, o que hoje ela vê como "uma grande irresponsabilidade".

"Eu não tinha essa consciência na época, até porque eu estava profundamente doente", diz ela. "É importante ter consciência enquanto figura pública que a gente tem que estudar e saber o que a gente está passando para que as outras pessoas também possam se inspirar e levar uma vida cada vez mais saudável".

Mariana comia pouco e se exercitava excessivamente, comportamentos típicos da anorexia. A longo prazo, além dos danos psicológicos, o transtorno pode causar problemas nos músculos, nos ossos, no coração e na fertilidade. A modelo, por exemplo, teve amenorreia: ausência da menstruação em fases da vida em que ela deveria acontecer. "Levei dois anos para poder voltar a menstruar", relembra.

Na época, seu cardápio se reduziu a um prato: peixe. Proteína era o único nutriente que despertava seu interesse.

Eu não comia absolutamente nada, só comia proteína, era só peixe. Qualquer carboidrato parecia um vilão, até os carboidratos complexos, todos eles pareciam um vilão. Brócolis, cenoura...parecia que eram super danosos para mim. Mariana Goldfarb, modelo e nutricionista

Enquanto o transtorno prejudicava seriamente a saúde da modelo, no mercado da moda e publicidade seu corpo era alvo de interesse midiático: "Fechei muitas campanhas quando eu estava anoréxica, muito mais do que quando eu não estava".

Numa sociedade doente, onde o que é valorizado é um corpo magro, pouco saudável, ou sem saúde nenhuma, isso é profundamente danoso para todos nós, porque a gente acha que, se a gente estiver daquela forma, a gente vai ser amado. Mariana Goldfarb, modelo e nutricionista

O tratamento da anorexia é multidisciplinar, incluindo a atuação de psicólogo, psiquiatra e nutricionista. "Também faz parte do tratamento do quadro alimentar tratar as comorbidades que costumam aparecer ao mesmo tempo, como depressão e ansiedade", afirma o psiquiatra João Hiluy, que também participou do programa.

Conexão VivaBem

Semanalmente, Flávia Alessandra comanda um papo sobre saúde, bem-estar e qualidade de vida com convidados especiais. Novos episódios ficam disponíveis toda terça no Youtube de VivaBem e no Canal UOL — na TV, o programa é exibido às 21h30. Assista ao episódio completo com Pocah no topo da página.

O Canal UOL também está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.

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