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Perto de Marcola: como é o presídio onde está Tuta, um dos líderes do PCC

Penitenciária Federal de Brasília - Divulgação/Senappen
Penitenciária Federal de Brasília Imagem: Divulgação/Senappen
do UOL

Colaboração para o UOL*

20/05/2025 05h30

Construída em 2018 para isolar chefes do crime organizado, a penitenciária federal de Brasília mantém Marcola e seu sucessor, Tuta, em celas individuais com 22 horas de confinamento diário.

O que aconteceu

Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, apontado como sucessor de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, na liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi transferido em maio para a Penitenciária Federal de Brasília. Ele está em triagem, regime aplicado nos primeiros 20 dias, durante os quais o preso permanece isolado, sem contato com outros internos e com banho de sol individual.

O local foi projetado para impedir a comunicação entre líderes de facções e o comando de crimes de dentro da prisão, segundo a Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A unidade de Brasília é a mais nova entre as cinco do sistema penitenciário federal e segue o mesmo padrão estrutural e de vigilância das demais.

A penitenciária federal do DF entrou em funcionamento em outubro de 2018, com 12,3 mil metros quadrados de área construída. O projeto é o mesmo das demais unidades federais: Campo Grande (MS), Catanduvas (PR), Porto Velho (RO) e Mossoró (RN).

Cada uma das 208 celas tem seis metros quadrados e abriga apenas um detento. Os espaços contam com cama de alvenaria, prateleira, sanitário, pia e um cano na parede de onde sai água fria, no lugar do chuveiro, conforme relatórios públicos e inspeções divulgadas pela Senappen.

Marcola está detido em Brasília desde pelo menos 2020, segundo registros oficiais. Já Tuta foi entregue pela Bolívia à Polícia Federal em 18 de maio deste ano, após constar na lista vermelha da Interpol.

Marcinho VP, chefe do Comando Vermelho, está detido na unidade federal de Campo Grande (MS). As penitenciárias são distribuídas estrategicamente pelo território nacional para reduzir o risco de articulação entre facções criminosas.

Rotina rigorosa e visitas monitoradas

Os detentos passam 22 horas por dia trancados, com direito a duas horas de banho de sol com número reduzido de detentos, sob vigilância intensa. Recebem seis refeições diárias e têm acesso a atendimento médico e psicológico. O kit padrão fornecido pelo Estado inclui roupas, toalha, escova de dentes, papel higiênico e produtos de limpeza.

As visitas ocorrem em parlatórios com separação por vidro e monitoramento integral. Apenas advogados têm acesso nos primeiros dias, e todas as conversas são gravadas. A entrada de visitantes é controlada por três barreiras de segurança e uso de scanner corporal.

As transferências seguem o Decreto nº 6.877/2009 e exigem decisão judicial. Só podem ser levados para esses presídios presos envolvidos com organizações criminosas, incidentes graves no sistema de origem ou risco de morte — como no caso de réus colaboradores.

*Com informações da Agência Brasil e matérias publicadas em 19/05/20, 07/11/24 e 18/05/25.

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