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OPINIÃO

Sakamoto: Caso Janja mostra um 'Game of Thrones' travado no governo Lula

do UOL

Do UOL, em São Paulo

19/05/2025 18h55

Existe uma disputa de poder entre os seus respectivos núcleos dentro do próprio governo Lula (PT), o que nos remete a um "Game of Thrones", analisou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News, do Canal UOL.

Há um Game of Thrones na cúpula do governo Lula, principalmente no Palácio do Planalto. Há grupos com visões diferentes que batem de frente e ficamos sabendo disso quando vaza informação. Os jornalistas que trazem as histórias estão no seu direito constitucional (e dever) de informar, então, estão certos em publicar. Agora, vazamentos mostram uma disputa de poder que envolve Janja, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (apontado por fontes da colunista Monica Bergamo como o vazador), entre outras pessoas.

Com um governo visto como enfraquecido, as casas acabam disputando de forma fratricida o poder. O dono do trono de ferro, Lula, mesmo que goste da disputa para, no final, poder decidir, poderia dar um basta e botar ordem na casa porque a coisa escalou. Isso poderia desagradar a todos, inclusive a esposa. A questão é se não quer ou se não consegue.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Na semana passada, uma fala da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, causou constrangimento durante encontro entre o presidente Lula e o líder chinês, Xi Jinping. A informação foi divulgada inicialmente pela GloboNews e confirmada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Ela teria comentado sobre efeitos nocivos do TikTok, plataforma chinesa de vídeos curtos, que impactariam sobretudo crianças e mulheres. Ainda não está claro a quais efeitos a primeira-dama se referia. A intervenção de Janja gerou incômodo entre os chineses.

Após a divulgação, Lula negou que Janja tenha cometido uma gafe durante jantar com o líder chinês e demonstrou irritação com o vazamento da conversa.

Ao citar "Game of Thrones", Sakamoto se refere a uma série de televisão premiada, baseada nos livros "As Crônicas de Gelo e Fogo", do escritor George R.R. Martin. A trama se passa em um mundo medieval onde famílias nobres disputam o chamado Trono de Ferro, que governa os Sete Reinos de Westeros.

Para Sakamoto, "passou da hora de o país formalizar a atuação de qualquer primeira-dama ou primeiro-cavalheiro".

Não adianta tapar o sol com a peneira, ignorando que a pessoa que convive com o presidente não o influencie e não tenha atuação política. O caso de Michelle Bolsonaro e Janja da Silva aponta isso.

Melhor será garantir transparência e regras, com a obrigação de publicar a agenda nas redes, com quem a pessoa se encontra e quando, garantir transparência aos gastos e apontar quais são os limites dessa assessoria especial, o que a pessoa pode ou não pode fazer.

É como a discussão sobre a formalização do lobby. Ele existe e vai continuar existindo, então melhor seria se pudéssemos criar regras que, caso ignoradas, levariam à responsabilização dos envolvidos.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Ratier: 'Mudanças foram tímidas e decepcionantes'

No UOL News, o colunista Rodrigo Ratier afirmouq eu as novas regras aplicadas pelo MEC (Ministério da Educação) à modalidade do EAD (Educação a Distância) foram tímidas e decepcionantes.

[As novas normas] eram esperadas, mas não deixam de ser decepcionantes. As medidas apresentadas pelo governo são melhores que as que temos hoje —que basicamente é nada, já que o EAD é pouco fiscalizado e regulamentado—, mas houve algum endurecimento das regras. Eu acho que os avanços foram tímidos, mas eles ocorreram. Rodrigo Ratier, colunista do UOL

O presidente Lula assinou hoje a nova política de EAD, que determina que cursos de medicina, direito, odontologia, enfermagem e psicologia sejam oferecidos exclusivamente no formato presencial. Segundo o governo, o objetivo da medida é aumentar a qualidade da modalidade de ensino.

As novas regras proíbem, por exemplo, aulas online de medicina, direito, odontologia, enfermagem e psicologia. Os demais cursos na área da saúde e de licenciatura (formação de professores) também só poderão ser ofertados no formato presencial ou semipresencial. Os estudantes já matriculados em cursos descontinuados poderão concluí-los normalmente, segundo o MEC.

As graduações EAD deverão ter uma cota de 20% das atividades presenciais ou "síncronas mediadas" (atividades interativas, com transmissão ao vivo). Antes, essa modalidade podia ser totalmente online e com aulas gravadas. As universidades terão dois anos para adaptarem gradualmente esses cursos.

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