Médico é indiciado por aplicar anestesia geral para tatuagem e homem morrer

O médico responsável por aplicar anestesia geral em um empresário para realização de uma tatuagem foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, após o homem passar mal e vir a óbito. Caso ocorreu em janeiro, mas o indiciamento do profissional de saúde foi protocolado nesta semana.
O que aconteceu
Polícia Civil de Santa Catarina concluiu inquérito e decidiu pelo indiciamento do médico. A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público catarinense, que vai analisar se dá prosseguimento ao inquérito ou se arquiva. O órgão informou que recebeu os documentos ontem e ainda vai analisar as provas colhidas pela investigação.
Médico vai responder pela morte do empresário e influenciador Ricardo Godoi, 46. O anestesista só passará a ser considerado réu se o MPSC encaminhar denúncia à Justiça catarinense e um magistrado acolher, o que ainda não ocorreu. Como o médico não teve a identidade revelada, não foi possível localizar sua defesa para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Godoi morreu em 20 de janeiro. Na ocasião, ele havia recebido uma anestesia geral para fazer uma tatuagem nas costas, sofreu uma parada cardiorrespiratória no início do procedimento e não resistiu. Na época, o estúdio que faria a tatuagem informou que o empresário passou mal antes mesmo de o desenho corporal começar a ser feito.
Corpo do empresário chegou a ser exumado para realização de exame cadavérico. O laudo do IML comprovou que ele tinha hipertrofia no coração.
Na época da morte, o Hospital Dias Revitalite afirmou não ter participação no procedimento que resultou na morte do empresário. Em nota, a unidade de saúde lamentou o óbito de Ricardo, mas destacou que "a atuação do hospital se limitou à disponibilização de uma sala operatória e demais equipamentos necessários homologados pelo CRM/SC e que compõem uma Sala Cirúrgica completa", sem "qualquer participação no procedimento realizado, tampouco qualquer membro do nosso quadro clínico esteve envolvido em qualquer etapa do procedimento até a intercorrência".
Estúdio de tatuagem informou, em nota, que o anestesista contratado foi aprovado pelo hospital e que o empresário realizou exames prévios à sedação, "que não apontaram nenhum risco explícito para a realização do procedimento". "O que ocorreu é que no começo da sedação e intubação ele teve uma parada cardiorrespiratória, que ocorreu antes mesmo de começarem a tatuarem ele, que foi verificado rapidamente e chamado um cardiologista para tentar reanimar ele, infelizmente sem sucesso".
Quem era o empresário
Ricardo trabalhava no ramo de carros de luxo. Além de influenciador, também tinha a própria empresa, voltada para a importação e venda de super carros.
Nas redes sociais, a vítima tinha mais de 215 mil seguidores. O empresário, que morava em Balneário Camboriú, dizia que tinha como objetivo "emocionar os apaixonados por automóveis" apresentando modelos que "nunca foram vistos" no país.
Godoi deixou esposa e quatro filhos.