Fuzil de R$ 240 mil que derruba helicóptero: quanto custam as armas do CV?

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, na terça-feira (13), a Operação Contenção contra o tráfico de armas e drogas ligado ao Comando Vermelho. A ação apreendeu 240 armas, entre elas 16 fuzis, além de 43 mil munições. Dez suspeitos foram presos. Traficantes chegaram a pagar R$ 240 mil por um único fuzil.
Armas de guerra com valores milionários
Mais de R$ 5 milhões em armas. Só nos meses de fevereiro e março de 2023, o traficante Luiz Carlos Bandeira Rodrigues, o Zeus Muzema, gastou essa quantia com armamentos e munições. As informações estão em planilhas que ele mesmo fazia e que foram encontradas pela polícia.
A lista dos armamentos e acessórios incluía:
- Fuzil calibre .50 por R$ 240 mil. O armamento, com capacidade de derrubar até um helicóptero e alcance de até 6 km, era comprado pela quadrilha para fortalecer a guerra territorial do Comando Vermelho.
- Fuzil .762 por R$ 85 mil. Outro modelo de alto poder de fogo, usado em confrontos intensos, também estava nas planilhas dos criminosos.
- Fuzil .556 por R$ 55 mil. Com uso comum entre grupos armados, o modelo era adquirido em larga escala pela organização.
- 14 mil munições por R$ 505 mil. Um lote de munição para fuzis AK47 abastecia as tropas da facção e a unidade saía por cerca de R$ 36.
- Carregadores de AR15 por até R$ 190 mil. Cada carregador do fuzil calibre .556 custava R$ 725, e foram compradas 262 unidades em um único pedido.
Arsenal escondido em mansão na Barra da Tijuca
43 mil balas e 240 armas apreendidas. A Operação Contenção encontrou o armamento em uma casa de luxo no condomínio Novo Leblon, na Zona Oeste do Rio.
Fuzis com silenciadores e armas de comércio restrito. Entre as 240 armas, estavam 16 fuzis — dois deles calibre .30, de uso proibido no comércio comum — e 20 pistolas.
Relógios de luxo com diamantes. Dois acessórios encontrados na casa somavam R$ 2,5 milhões. Um deles tinha pedras preciosas nos marcadores de hora.
Preso por lavagem e alvo por tráfico. O dono do imóvel, Jhonnatha Schimitd Yanowich, foi preso em São Paulo e responderá por lavagem de dinheiro e associação ao tráfico.
A guerra do Comando Vermelho
Expansão armada. A polícia afirma que os altos investimentos em armamento tinham como objetivo sustentar a ofensiva do Comando Vermelho em territórios dominados por milicianos e facções rivais.
Conexão Baixada-Barra. A investigação começou na Baixada Fluminense e alcançou endereços de alto padrão na capital fluminense, revelando o alcance do esquema.
Outro alvo: o TCP. Durante ação da Polícia Militar, Thiago da Silva Folly, o TH, chefe do Terceiro Comando Puro na Maré, foi morto em confronto.
Investigação
Zeus Muzema no centro do esquema. O tido chefe do tráfico na comunidade da Muzema era o principal operador das compras. Além de negociar, ele organizava tudo de forma meticulosa. A investigação foi conduzida pela 60ª DP Campos Elísios, na Baixada Fluminense e revelou como ele e outros traficantes abasteciam o Comando Vermelho com armas pesadas.
Dez presos e 22 mandados de prisão. A Operação Contenção resultou na prisão de dez suspeitos ligados ao fornecimento de armas e drogas para o Comando Vermelho. Ao todo, foram expedidos 22 mandados de prisão preventiva em quatro estados — Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Rondônia.