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Encontro entre Ucrânia e Rússia na Turquia é "oportunidade perdida", dizem jornais franceses

16/05/2025 07h33

A imprensa francesa desta sexta-feira (16) destaca a reunião de negociação entre a Rússia e a Ucrânia em Istambul, na Turquia. Representantes dos dois países se encontram nesta sexta-feira (16) com o secretário de Estado americano Marco Rubio e com o chefe da diplomacia turca, Hakan Fidan, mas sem a presença do presidente russo e do ucraniano.

Sem surpresa, Putin se recusou a participar das negociações diretas entre Kiev e Moscou,  mais de três anos depois da invasão da Ucrânia.

O Le Monde lembra que, nesta quinta-feira (15), o Ministério da Defesa russo anunciou a captura de duas novas cidades ucranianas na região oriental de Donetsk. De acordo com o jornal, o Kremlin insiste, nos últimos dias, que a dinâmica militar é favorável à Rússia e Moscou não tem interesse em ceder.

La Croix analisa o perfil dos negociadores russos. A delegação enviada pelo Kremlin é chefiada pelo conselheiro presidencial Vladimir Medinski, pouco favorável ao compromisso, que repete com frequência que os russos e ucranianos são "um só povo".

Essa frase ilustra a ideologia ultranacionalista do governo russo, destaca o jornal. Ex-ministro da Cultura, Medinski censurou filmes sobre o revolucionário comunista e ditador soviético, Josef Stalin, e obras de arte contemporânea, acrescenta o La Croix.

Em Istambul, as negociações começam com incertezas, diz o Le Figaro, sem a presença de Putin ou de seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. Além de Vladimir Medinsky, o presidente russo enviou seu vice-ministro da Defesa Alexander Fomin. A delegação ucraniana é liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov, além de autoridades militares e de inteligência.

"Delegação russa é uma farsa"

Volodymyr Zelensky disse que a composição da delegação russa era uma "farsa", e o Kremlin disse que o presidente ucraniano era um "palhaço" e "fracassado". O ministro Sergei Lavrov considerou seu pedido de uma reunião individual com Vladimir Putin "patético".

Do lado dos negociadores, o tom foi mais construtivo. "O objetivo das negociações diretas propostas por Vladimir Putin é estabelecer uma paz duradoura e sólida, eliminando as causas profundas do conflito", escreveu Medinsky no Telegram. "Estamos prontos para fazer possíveis compromissos e discuti-los", disse também na televisão russa.

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