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Polícia usou neto como 'isca' para prender brasileira nos EUA, diz revista

do UOL

Do UOL, em São Paulo

16/05/2025 07h59Atualizada em 16/05/2025 13h38

Policiais do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) usaram a família da brasileira Rosane Ferreira de Oliveira como "isca" para conseguir prendê-la na rua, apurou a revista americana Rolling Stone.

O que aconteceu

Filhas e neto de Rosane foram abordados por agentes do ICE na porta de casa. Os policiais ameaçavam prender Augusta Clara, de 21 anos, que estava com seu bebê de três meses. Eles pediram que a irmã dela, uma adolescente de 17 anos, chamasse a mãe para buscar a criança.

Jovem ligou para Rosane dizendo que ela precisava encontrá-las imediatamente. Rosane foi presa assim que chegou ao local. Segundo fontes da Rolling Stone, os policiais prenderam Rosane na rua porque não tinham ordem judicial para entrar na casa. Um vídeo mostra que ela tenta resistir à prisão, mas é contida com violência.

Familiares se desesperaram com a prisão. Imagens mostram que as filhas de Rosane e vizinhos tentaram impedir a prisão. Em um determinado momento, uma das filhas dela é jogada no chão e tem o rosto pressionado contra o asfalto. Ela foi detida, acusada de colocar o bebê em perigo, perturbar a paz, conduta desordeira e resistência à prisão, mas foi liberada horas depois.

Rosane está nos EUA ilegalmente desde 2022. Em nota, o Departamento de Segurança Interna disse que Rosane era uma "imigrante ilegal criminosa e violenta" e acrescentou que ela foi anteriormente "presa pela polícia local por agressão com uma arma perigosa contra uma vítima grávida". No entanto, a filha dela, Augusta Clara, afirmou à NBC Boston que o episódio foi apenas uma briga com sua irmã de 17 anos. Documentos públicos mostram que a suposta arma era um cabo de carregador de celular.

Augusta diz que o companheiro, pai do filho dela, foi preso no dia anterior. "Seu único erro foi buzinar para um carro que o fechou. O carro era um veículo secreto do ICE e eles decidiram prendê-lo por isso", diz um documento enviado pelo advogado dela à Rolling Stone. "Mais tarde naquela manhã, agentes do ICE apareceram e bateram na minha porta para devolver o carro do meu parceiro e também para me dizer para aparecer no dia seguinte para assinar alguns documentos em um prédio da imigração. Saí de casa na manhã seguinte para fazer isso e levei minha irmã de 17 anos comigo. Foi quando o ICE parou meu carro e disse que eu estava presa".

Ela diz que está morando na casa de amigos. "Estou com muito medo de voltar para casa. Não consigo recuperar nada meu e do meu bebê e não posso trabalhar devido à minha situação atual".

O Itamaraty diz que presta assistência consular à Rosane e sua família. "O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Boston, acompanha o caso desde que foi notificado a respeito, em 8/5. Desde então, tem permanecido em contato com a brasileira e sua família, prestando-lhes assistência consular, inclusive na forma do oferecimento de apoio jurídico e psicológico. O Consulado também mantém contato com as autoridades norte-americanas responsáveis pelo tema".

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