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Chefe do tráfico da Maré é morto em operação da PM no Rio

do UOL

Do UOL, em São Paulo

13/05/2025 07h51Atualizada em 13/05/2025 12h30

Um dos traficantes mais procurados do estado do Rio de Janeiro foi morto em uma operação da Polícia Militar na madrugada de hoje.

O que aconteceu

Thiago da Silva Folly, o TH, era chefe do tráfico do TCP (Terceiro Comando Puro) no Complexo da Maré, na zona norte do Rio. Ele tinha oito mandados de prisão por crimes como tráfico de drogas, homicídios e roubo, e estava foragido desde 2016.

Traficante foi morto por agentes do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais). A PM diz que criminosos atiraram contra agentes e houve confronto.

PM diz que TH estava "diretamente envolvido" na morte de dois agentes do Bope. Jorge Henrique Galdino Cruz e Rafael Wolfgramm Dias morreram após serem baleados durante uma operação na Maré em julho do ano passado. O traficante estava sendo monitorado há oito meses, com apoio da Subsecretaria de Inteligência.

TH também é acusado pela morte de três militares e um engenheiro, que foi atacado por entrar por engano na comunidade da Vila do João em 2016. Segundo as investigações, TH é uma das lideranças que ordenou que criminosos atirassem contra qualquer um que tentasse entrar na comunidade.

Dois homens foram baleados na Avenida Brasil. Diogo Santos, 27, e Valfrido Rodrigues, 47, foram socorridos pelos Bombeiros até o Hospital Estadual Getúlio Vargas. O estado de saúde deles é estável, informou a Secretaria de Estado da Saúde.

Operação fecha escolas e causa desvios no trânsito

Moradores relataram que PM entrou na comunidade por volta das 3h. Pelo menos duas escolas precisaram ser fechadas na região, informou a Secretaria de Estado de Educação.

Trânsito na Linha Amarela foi liberado por volta das 6h30, mas agentes continuam na região. Outras duas vias expressas, a Linha Vermelha e a Avenida Brasil, também tiveram bloqueios por alguns minutos e os motoristas tiveram que retornar na contramão. A Rio Ônibus alertou que todas as linhas que passam pela Avenida Brasil e Linha Amarela sofreram desvios no itinerário.

Governador comemorou ação da PM. "Esse tipo de criminoso é extremamente perigoso, anda fortemente armado e não tem pudor em usar a população como escudo", escreveu Cláudio Castro (PL). "Estamos em um momento de virada de jogo". Em março, a polícia do Rio desmontou um "resort de luxo" construído pelo traficante Peixão, líder do TCP, no Complexo de Israel.

TCP e Comando Vermelho vivem disputa de território

O TCP é a facção criminosa evangélica do Rio de Janeiro. O grupo disputa poder com o Comando Vermelho e as milícias na zona norte do Rio e é conhecido pela intolerância a religiões de matriz africana. Um dos símbolos usados pela facção é bandeira de Israel.

Traficante Peixão invadiu áreas que eram reduto histórico do Comando Vermelho. Segundo fontes na Polícia Civil ouvidas pelo UOL, o líder do TCP expandiu a sua área de domínio entre o fim de 2017 e o começo de 2018. "O Peixão tem um poderio bélico bem expressivo porque precisa disso para manter o Complexo de Israel e impedir as tentativas de invasão do Comando Vermelho", disse o delegado Marcus Amim.

Drogas e armas vindas de fora do país. De acordo com investigações, Peixão tem sido um dos principais líderes do TCP na negociação para trazer drogas e armas de países como Paraguai, Colômbia e Venezuela devido à sua rede de contatos no exterior. "O Peixão é o principal articulador hoje do TCP e conta com uma rede de intermediários, que buscam armas e drogas no exterior", disse o delegado Marcus Amim.

Até 2023, o TCP só atuava no Rio e no Amazonas, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Depois, a facção começou a ampliar sua atuação no Ceará, um estado estratégico para o tráfico de drogas, onde o CV também está.

*Com informações de Agência Brasil

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