PF faz operação contra operadores de venda de sentenças do STJ

A PF cumpre hoje 11 mandados de busca e apreensão que miram uma rede suspeita de pagar propinas para comprar decisões judiciais do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o segundo tribunal na hierarquia do Poder Judiciário, abaixo somente do STF (Supremo Tribunal Federal).
O que aconteceu
Esta é a quinta fase da operação, que apura os crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, mercado de câmbio clandestino, evasão de divisas e organização criminosa. Além dos mandados de busca e apreensão, também foram apreendidos R$ 20 milhões em bens e valores. Os investigados também estão proibidos de sair do país.
Etapa mira a rede empresarial usada para lavar o dinheiro vindo da venda de decisões judiciais. Até o momento, a identidade dos alvos ainda não foi divulgada.
Suspeitas da PF recaem até o momento sobre servidores e magistrados de tribunais estaduais. Não há nenhum ministro do STJ formalmente investigado, embora o delegado do caso não descarte essa possibilidade, apurou o UOL.
Investigações apontam que os suspeitos "pediam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses". Também são investigadas negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.
A primeira etapa da Operação Sisamnes aconteceu em novembro do ano passado, e prendeu o empresário Andreson Gonçalves, conhecido como "lobista dos tribunais". Em mensagens obtidas pela PF, ele compartilhava rascunhos de decisões de processos do gabinete em que sua esposa, Mirian Ribeiro, atuava como advogada. Ela foi alvo de buscas e está usando tornozeleira eletrônica.
Nome da operação faz referência a um episódio da mitologia persa. Sisamnes era um juiz que teria aceitado suborno para proferir uma sentença injusta.