
Pepe Mujica, que morreu hoje aos 89 anos, foi um presidente que soube evitar os vícios do poder. Sua postura o fez transcender o papel de ícone da esquerda e ocupar um lugar mais amplo, que se conecta com a humanidade como um todo.
Leonardo Sakamoto diz que o ex-presidente uruguaio fará "muita falta". "Sua filosofia de vida minimalista não era apenas um gesto simbólico, mas uma crítica profunda ao consumismo desenfreado. Suas palavras eram um convite à reflexão sobre o que realmente importa".
Jamil Chade lembra que, quando Mujica estava encarcerado pela ditadura uruguaia, privaram-no de livros por sete anos. "Um dos instrumentos de tortura que os militares descobriram para tentar desestabilizá-lo foi impedir que ele tivesse acesso a livros", conta. "Mas não foi a vingança que marcou seu sentimento ao deixar a detenção prolongada. Sua resposta foi um compromisso com a democracia".
Na Folha, Sylvia Colombo traça um belo perfil do tupamaro presidente. Leitura obrigatória.