Inflação dos EUA desacelerou para 2,3% em abril
A inflação em doze meses nos Estados Unidos moderou-se para 2,3% em abril devido à queda nos preços dos combustíveis, informou o Departamento do Trabalho nesta terça-feira (13).
Os dados, ligeiramente abaixo do esperado pelos analistas, abrangem o período em que as tarifas de importação do governo Donald Trump entraram em vigor, incluindo taxações exorbitantes sobre a China - aliviadas nos últimos dias -, que abalaram os mercados financeiros e aumentaram os temores de escalada dos preços.
Apesar dos temores, o índice de preços ao consumidor (IPC) de abril chegou a 2,3%, ligeiramente abaixo da taxa anual de 2,4% registrada em março, informou o Departamento do Trabalho em um comunicado.
Este foi o menor aumento de preços em 12 meses desde fevereiro de 2021.
Os analistas esperavam que o IPC permanecesse sem alterações em relação à março na medição anual, segundo o consenso reunido pelo MarketWatch.
Excluindo os preços voláteis de energia e alimentos, a inflação subjacente foi de 2,8% nos 12 meses, alinhada com as expectativas do mercado.
Desde abril de 2024, os preços dos combustíveis caíram 11,8%.
Esta redução se deve, em grande parte, aos temores sobre a ofensiva protecionista de Trump e seu efeito sobre a atividade econômica.
A bolsa de Nova York fechou com uma tendência mista nesta terça, aliviada pelos dados sobre a inflação americana e também beneficiada pela desescalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
O índice industrial Dow Jones recuou 0,64%, enquanto o tecnológico Nasdaq avançou 1,61% e o índice ampliado S&P 500 subiu 0,72%.
"Parece que a euforia que começou ontem no mercado (...) continuou hoje, pelo menos para o S&P 500 e o Nasdaq", declarou à AFP Sam Stovall, da CFRA.
Apesar dos bons dados divulgados nesta terça-feira, Ben Ayers, da Nationwide, aponta em uma nota que 2,3% "pode ser o menor valor de 2025".
"Esperamos um salto do IPC no verão, à medida que os custos alfandegários se espalham pelos preços ao consumidor", acrescentou. Ayers estima que o IPC ultrapasse 3%.
O comércio vende agora estoques acumulados antes da entrada em vigor das tarifas, o que atrasa o repasse dos preços nas prateleiras.
Os números de abril "não mudam a nossa perspectiva de que as forças desinflacionárias causadas pela queda de preços da energia contribuem para mascarar a inflação causada pelas tarifas alfandegárias mais altas", resumiu Ryan Sweet, economista da Oxford Economics.
Isto mudará "nos próximos meses", acrescentou ele. "A tarifa média sobre as importações para os EUA é uma das mais altas desde a década de 1930, e será inflacionária", acrescentou.
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