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Suíça ultrapassa UE na fila de acordos comerciais com os EUA, dizem assessores de Trump

12/05/2025 13h38

Por Emma Farge

GENEBRA (Reuters) - A Suíça passou para a frente da fila de acordos comerciais com os Estados Unidos, disse nesta segunda-feira o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, depois que o país alpino sediou negociações comerciais surpreendentemente bem-sucedidas entre EUA e China no fim de semana.

Antes de receber as duas partes, autoridades suíças se encontraram com Bessent e sua equipe na sexta-feira e com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, para discutir seus próprios problemas comerciais com Washington.

Em abril, os EUA impuseram tarifas de 31% à Suíça, em comparação com 20% na União Europeia e 10% no Reino Unido. A decisão surpreendeu as autoridades suíças, e grandes empresas do país se comprometeram a investir pesadamente nos Estados Unidos.

"O Reino Unido e a Suíça passaram para a frente da fila para acordos comerciais, mas a União Europeia tem sido muito mais lenta", disse Bessent.

O secretário estava respondendo a uma pergunta em uma coletiva de imprensa em Genebra sobre o futuro da Suíça como intermediária, em meio a percepções de que sua neutralidade está mudando e os países do Golfo estão se mobilizando.

A UE sugeriu que não será pressionada a aderir a um acordo tarifário injusto com os EUA e propôs potenciais contramedidas. O Reino Unido fechou na semana passada um acordo comercial rápido, porém limitado, com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump.

A Suíça há muito tempo busca atuar como construtora de pontes durante crises internacionais, mas analistas disseram que ela fez um esforço especial desta vez, apontando para a escolha íntima do local para as negociações na residência privada de seu embaixador na ONU.

O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, disse que grande parte das negociações com os chineses foram realizadas nos jardins sombreados da opulenta vila do século 18 com vista para o Lago Genebra.

"Tudo transcorreu perfeitamente", disse Greer.

"Isso pode não parecer importante para quem não está envolvido, mas a atmosfera proporcionada pelo governo suíço foi incrivelmente propícia às conclusões que tiramos neste fim de semana."

He, da China, também fez elogios à "calorosa hospitalidade" da Suíça.

Isso se estendeu à mídia: uma autoridade suíça ofereceu croissants e bebidas aos repórteres que esperavam do lado de fora por horas.

"O secretário Bessent viu a determinação da Suíça em servir aos interesses globais, mas também em defender nossa própria causa", disse Vincent Subilia, diretor-geral da Câmara de Comércio de Genebra.

(Reportagem de Emma Farge; reportagem adicional de Olivia Le Poidevin)

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