Topo
Notícias

Na China, Lula diz que protecionismo dos EUA pode levar mundo à guerra

do UOL

Do UOL*, em São Paulo

12/05/2025 08h19Atualizada em 12/05/2025 08h52

O presidente Lula (PT) disse hoje que o protecionismo econômico pode levar o mundo à guerra durante um fórum empresarial em Pequim. A declaração acontece após o anúncio de uma trégua na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.

O que aconteceu

"Não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor no planeta Terra do dia para a noite", disse Lula. "O multilateralismo foi o que garantiu todos esses anos de harmonia entre os Estados, não foi o protecionismo. O protecionismo no comércio pode levar à guerra, como já aconteceu tantas vezes na história da humanidade."

Presidente exaltou parceria comercial da China com o Brasil e com outros países que chamou de "esquecidos". "A China, muitas vezes, tem sido tratada como inimiga do comércio mundial, quando na verdade é um exemplo. A China tenta fazer negócio com os países que foram esquecidos nos últimos 30 anos", disse.

Se depender da minha disposição, Brasil e China serão parceiros incontornáveis. Nossa relação será indestrutível, porque a China precisa do Brasil e o Brasil precisa da China. Nós dois, juntos, poderemos fazer com que o sul global seja respeitado no mundo como nunca foi.
Presidente Lula, em Pequim

Autoridades dos Estados Unidos e da China anunciaram nesta manhã que chegaram a um acordo para uma trégua de 90 dias na guerra comercial enquanto novas negociações acontecem. Os EUA concordaram em reduzir as tarifas sobre os produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China fará o mesmo sobre os produtos americanos,de 125% para 10%.

O recuo das medidas que poderiam causar grandes perturbações no comércio global animou os investidores. O preço do petróleo disparou, e as bolsas da Ásia fecharam em alta nesta segunda.

Presidente Lula tem sido crítico da postura protecionista do governo de Donald Trump. Em entrevista à revista norte-americana The New Yorker publicada na semana passada, ele disse que o Brasil tenta contornar as tarifas de maneira diplomática, mas que haverá reciprocidade. Em março deste ano, Trump assinou uma medida para taxar em 25% o aço importado do Brasil.

Amanhã, ele se reunirá com o líder chinês, Xi Jinping. Esta é a terceira visita de Estado de Lula à China, durante a qual devem ser divulgados novos investimentos do país asiático no Brasil. Hoje, empresas de energia renovável fecharam um acordo de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) para a produção de SAF, combustível renovável para aviação.

*Com informações da Reuters

Notícias