Bombardeio do regime militar em Mianmar mata 22 pessoas em escola, segundo testemunhas
Um bombardeio da junta militar de Mianmar matou 22 pessoas, incluindo 20 crianças, em uma escola nesta segunda-feira (12), disseram testemunhas, apesar de um suposto cessar-fogo humanitário declarado para ajudar a nação a se recuperar de um terremoto devastador.
O ataque atingiu uma escola na vila de Oe Htein Kwin, cerca de 100 quilômetros a noroeste do epicentro do terremoto de 28 de março, por volta das 10h00 (00h30 no horário de Brasília), disseram moradores.
"Até agora, 22 pessoas morreram no total: 20 crianças e dois professores", disse um professor de 34 anos da escola, que pediu para permanecer anônimo.
"Tentamos dispersar as crianças, mas o caça era muito rápido e lançou suas bombas", acrescentou.
Um funcionário da educação na área onde a vila está localizada, na região de Sagaing, fez a mesma avaliação.
Não foi possível contactar um porta-voz da junta de Mianmar para comentar essas informações.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, está "profundamente alarmado" pelas notícias sobre o ataque, declarou seu porta-voz à imprensa em Nova York.
"As escolas devem continuar sendo áreas onde as crianças tenham um lugar seguro para aprender e não ser bombardeadas", acrescentou.
Mianmar está imersa em uma guerra civil desde o golpe que permitiu à junta tomar o poder em 2021. Os militares enfrentam opositores de minorias étnicas e do movimento pró-democracia.
Os generais declararam uma trégua humanitária até o final do mês para ajudar nos esforços de socorro e reconstrução após o terremoto que matou quase 3.800 pessoas.
No entanto, o cessar-fogo não impediu a junta de realizar bombardeios, nem seus adversários de lançar ataques.
bur-jts/fox/hgs/mb/aa/jc/am
© Agence France-Presse