Marinho chama escala 6x1 de 'cruel', mas diz que mudança imediata é remota
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), afirmou que a jornada 6x1 é "cruel", mas que não vê a possibilidade de acabar com a escala "imediatamente".
O que aconteceu
Ministro diz acreditar que 'reduzir jornada é possível'. Durante visita neste sábado à 5ª Feira da Reforma Agrária, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em São Paulo, Marinho declarou a jornalistas que é a favor de uma discussão "saudável, pé no chão, com tranquilidade, sem susto para o empresariado" para poder reduzir a jornada de trabalho.
Seria plenamente possível o Congresso aprovar imediatamente 40 horas semanais sem redução de salário. Do ponto de vista prático, não enxergo a possibilidade de acabar imediatamente com o 6x1. Seria muito positivo, porque o 6x1 é uma jornada cruel, em especial para as mulheres. Espero que o Congresso tenha serenidade para debater e acolher o movimento, porque a classe trabalhadora deseja dias melhores
Luiz Marinho, ministro do Trabalho
'Pensionistas serão ressarcidos de cada centavo'. Questionado sobre o clima do governo diante da crise do INSS, o ministro defendeu a investigação e "a punição de quem tem que ser punido". Uma das entidades citadas na investigação da Polícia Federal é a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), que é próxima do MST —no dia 30 de abril, o movimento publicou uma nota de solidariedade à confederação no seu site oficial.
Em momentos como esse, acaba muita gente sendo arrastado indevidamente no processo. Não sei analisar e te dizer categoricamente entidade por entidade. O que eu sei é dizer é que esse problema [irregularidades no INSS] surge em 2019, que o governo anterior não investigou absolutamente nada e que nós tomamos a iniciativa de investigação, de enquadramento, de punição quem tem que ser punido e, acima de tudo, de garantir que os aposentados pensionistas serão ressarcidos de cada centavo que lhes foi tirado indevidamente. Isso é o que eu digo de forma categórica
Luiz Marinho, ministro do Trabalho
Marinho queria passar parque para MST. O ministro citou que, quando foi candidato ao governo de São Paulo, em 2018, tinha uma proposta de passar a administração do Parque da Água Branca, onde ocorre a feira, para o movimento sem-terra. Desde 2022 concedido à iniciativa privada, o parque prendeu galinhas, quase instalou churrascaria e se tornou alvo de críticas. Perguntando sobre a possibilidade de concretizar a antiga proposta, Marinho respondeu: "Quem sabe? Utopia. Sonhar faz parte do processo de construção da realidade".