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Ucrânia diz que descobriu rede de espionagem húngara

09/05/2025 10h21

KIEV/BUDAPESTE (Reuters) - O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) afirmou nesta sexta-feira que descobriu uma rede de espionagem operada pelo Estado húngaro para obter informações sobre as defesas ucranianas.

O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, disse em uma coletiva de imprensa em Budapeste que o anúncio da Ucrânia é uma "propaganda" e que deve ser tratado com cautela.

Em um comunicado, o SBU informou que deteve dois agentes suspeitos de cometer traição contra o Estado que, segundo o órgão, agiam a mando da inteligência militar húngara. Foi a primeira vez na história da Ucrânia que uma rede de espionagem da Hungria foi descoberta trabalhando contra os interesses de Kiev, afirmou.

Segundo a agência de segurança, os dois suspeitos eram ex-membros das forças armadas ucranianas e teriam sido recrutados pelo governo húngaro, recebendo dinheiro e equipamentos especiais para comunicação secreta.

O SBU disse que os supostos agentes foram encarregados de passar ao seu supervisor detalhes sobre as baterias de defesa aérea ucranianas e outras capacidades militares de Transcarpátia, no sul da Ucrânia -- a região abriga cerca de 150 mil húngaros étnicos e é alvo de desentendimentos entre Budapeste e Kiev.

A Hungria faz parte da União Europeia e da Otan, dois blocos aliados da Ucrânia na guerra da Rússia, mas as relações entre Kiev e Budapeste têm sido tensas.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, se mostra cético em relação à ajuda militar ocidental para a Ucrânia. Ele também mantém relações com Vladimir Putin, ao contrário da maioria dos outros líderes da UE, que têm procurado isolar o presidente russo desde a invasão da Ucrânia por Moscou, em 2022.

Szijjarto acusou a Ucrânia de usar com frequência propaganda anti-húngara que se mostrou infundada.

"Portanto, peço a todos que tenham cautela com relação a todos os relatos que aparecem na propaganda ucraniana", disse. "Se recebermos quaisquer detalhes ou informações oficiais, poderemos lidar com isso. Até lá, devo classificar isso como propaganda que deve ser tratada com cautela", disse.

(Reportagem de Christian Lowe e Tom Balmforth; reportagem adicional de Gergely Szakacs)

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